"Ele fez um movimento para lançar algo e houve uma explosão. Comecei a correr". Nicolas, que estava no centro de Liège (sudeste da Bélgica), sentiu o maior terror de sua vida quando viu diante de si um homem armado que começou a disparar e lançar granadas na praça principal da cidade.
Por volta das 9h30 (horário de Brasília) a praça Saint-Lambert estava muito cheia, com a correria típica dos dias anteriores ao Natal. Naquele momento um homem começou a atirar do teto de uma padaria, com um fuzil automático leve (FAL) sobre um grupo de pessoas que aguardava o ônibus em um ponto. Felizmente, o mercado de Natal estava fechado devido a uma tempestade.
"Ele estava sozinho e parecia estar muito seguro de seus atos. Queria atacar o máximo de pessoas possível. Escutei quatro explosões e disparos que duraram cerca de dez segundos, observou Nicolas Gilenne, um jornalista que saía de uma audiência do Palácio da Justiça, situada na praça.
Várias testemunhas se surpreenderam quando viram muitos policiais chegarem ao lugar. "Os policiais patrulhavam armados, gritavam com as pessoas que buscavam um refúgio em barricadas, lojas ou café", contou uma mulher que se refugiou na Catedral.
O centro foi isolado e os helicópteros sobrevoaram o céu, gerando mais cenas de pânico e confusão na cidade. Os rumores eram de que se tratava de um ataque praticado por várias pessoas. À tarde, as autoridades confirmavam que apenas um homem estava por trás do ataque que comoveu a tranquila cidade de 200 mil habitantes.
"Por quê? Por quê?", perguntavampse os moradores de Liège. E pouco a pouco foram se inteirando do perfil do agressor. Um homem de 33 anos que já tinha sido condenado por porte de armas e narcóticos. Não foi um ataque terrorista. Nordine Amrani "saiu de sua casa esta manhã com uma mochila pesada. Ia à polícia. Subiu no teto de uma padaria e começou a disparar", disseram as autoridades.
As vítimas foram uma mulher de 75 anos, dois adolescentes - um de 15 e outro de 17 - e o responsável pelo ataque, que agiu sozinho e não teria ligação com o terrorismo, segundo um representante da polícia local em entrevista coletiva.