Sem ter padrões para avaliações de custo-benefício em relação à segurança, a empresa britânica BP e suas parceiras cometeram erros críticos que levaram ao pior vazamento marítimo de petróleo na história dos Estados Unidos, diz o relatório de uma comissão científica ao qual a agência de notícias Reuters teve acesso nesta terça-feira (16).
As conclusões preliminares da Academia Nacional de Engenharia e do Conselho Nacional de Pesquisa atribuem o enorme vazamento às decisões de funcionários de insistirem no abandono temporário do poço Macondo, no golfo do México, apesar dos alertas resultantes de um teste sobre a integridade da perfuração.
A plataforma Deepwater Horizon, que explorava o poço Macondo, explodiu no dia 20 de abril, matando 11 operários e dando início a um vazamento de centenas de milhões de litros de petróleo no mar ao longo de quase três meses. O relatório diz que a empresa britânica não soube gerir os riscos adequadamente.
- As várias falhas mencionadas neste relatório indicam a falta de uma abordagem adequada para antever e gerir os riscos inerentes e as incertezas (...) associados à perfuração em águas profundas.
Os especialistas apontaram também falhas das agências reguladoras do governo em supervisionar adequadamente a operação.
O relatório criticou a decisão de abandonar o poço, dizendo que ela priorizou a busca por "menos custo e menos tempo em relação a outras opções".
Em nota, a BP disse que a empresa só comentará o relatório depois que ele for divulgado oficialmente, o que deve acontecer nesta quarta-feira (17).