O enfermeiro alemão Nils Högel é suspeito de pelo menos 84 assassinatos na Alemanha entre 2000 e 2005, anunciaram os investigadores nesta segunda-feira. Durante o julgamento, Högel, que já foi condenado à prisão perpétua pela morte de dois pacientes, pediu perdão às famílias e justificou seus atos pelo "tédio".
"A comissão de investigação especial estabeleceu 84 assassinatos, no estado atual da investigação", informou o chefe de polícia de Oldenburgo, Johann Kühme.
O caso foi revelado em 2005, quando um colega de trabalho surpreendeu Högel no momento em que ele aplicava uma injeção não autorizada em um paciente de uma clínica de Delmenhorst. Em junho de 2016, os investigadores constataram o envolvimento do enfermeiro em 33 mortes de pacientes, em vários centros médicos nos quais Högel trabalhava.
"Este número (de mortos) é excepcional, único na história da República Federal da Alemanha", frisou o chefe da comissão, Arne Schmidt.
Niels Högel teria matado a maioria dos pacientes com a administração de overdoses de medicamentos no período de recuperação. Mas os investigadores admitem que a lista de vítimas nunca poderá ser estabelecida com certeza.
"Quem sabe quantos crimes poderão ser identificados?", questionou Thomas Sander, promotor de Oldenburgo.
A diretora do Ministério Público de Oldenburgo, Daniela Schiereck-Bohlemann, explicou que o enfermeiro lembrava dos pacientes e de seus comportamentos. Högel foi condenado em 26 de fevereiro de 2015 à prisão perpétua pela morte de dois pacientes. Também cumpre uma pena de sete anos e meio de prisão por tentativa de assassinato.
O enfermeiro, no entanto, confessou a um psiquiatra outros 50 assassinatos, o que provocou a abertura de novas investigações em janeiro de 2014. No fim do mesmo ano, ele mencionou outras 60 tentativas de assassinato.