O governo espanhol está estudando em profundidade o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a situação dos bancos espanhóis e ouvirá na tarde deste sábado a opinião dos membros da zona do euro antes de tomar qualquer decisão sobre sua recapitalização.
Fontes do Executivo asseguraram à Agência Efe que não foi a Espanha que solicitou a teleconferência dos ministros de Economia e Finanças da zona do euro, convocada pela Presidência do Eurogrupo (fórum de ministros de Finanças da zona do euro).
A análise do FMI sobre as necessidades de capitalização dos bancos na Espanha, que em princípio não era esperada antes de segunda-feira, indica que as entidades mais fracas precisariam de pelo menos 40 bilhões de euros, mas o valor poderia chegar a 60 bilhões se a situação piorar.
Mas, segundo as fontes, o governo presidido pelo conservador Mariano Rajoy reconhece que o setor é "fundamentalmente sólido", tendo problemas em apenas 30% das instituições, e que já está agindo para solucioná-los.
As mesmas fontes destacam também os elogios do FMI sobre o "exercício de transparência" realizado na Espanha, que contratou auditorias externas para avaliar seus bancos.
O Fundo considera necessário que se determine com clareza uma estratégia para criar um mecanismo de apoio crível para as deficiências de capital detectadas, e é nesse ponto em que se encontra o governo espanhol neste momento.
As fontes consultadas não querem antecipar eventos, mas a divulgação do relatório do FMI as precipitou, e agora elas pedem para esperar os resultados da teleconferência entre os membros do Eurogrupo.
A vice-presidente do governo espanhol, Soraya Saenz de Santamaría, disse nesta sexta-feira que não havia uma decisão tomada para recapitalizar os bancos e defendeu que se respeite o procedimento e se espere para conhecer o número dos auditores contratados, que têm como data limite o próximo dia 21.