Estudantes chineses fazem passeata pelo direito de “colar” em provas

Em 2013, um grande esquema de segurança foi montado e incomodou os estudantes

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Cerca de 2 mil estudantes da cidade chinesa de Zhongxiang, na província de Hubbei, protestaram nas ruas contra o excesso de fiscalização no exame "gão kão", realizado no último mês, uma espécie de vestibular geral do país. Eles acreditam estar em desvantagem por terem sido impedidos de colar nos exames, uma prática "endêmica" na China, segundo participantes da passeata. As informações são do The Telegraph.

"Queremos justiça. Não há justiça se não podemos colar (nos testes)", pregava um dos coros cantados pelos manifestantes, que chegaram a depredar carros e atirar pedras em escolas, forçando professores a se esconderem nas salas de aula.

Pequena para padrões chineses, com cerca de 1 milhão de habitantes, a cidade sempre foi vista com suspeita pelo número desproporcional de alunos nas melhores universidades chinesas. No último ano, o Departamento Educacional da província emitiu um alerta ao descobrir 99 provas idênticas em uma mesma matéria.

Em 2013, um grande esquema de segurança foi montado e incomodou os estudantes. Logo na entrada, os aplicantes tiveram que passar por detectores de metais e viram até seus estojos serem revistados. Algumas mulheres reclamaram de serem tocadas intimamente, apesar da revista ser realizada por seguranças femininas.

Dentro das escolas, investigadores secretos se misturaram nas salas de aula aleatoriamente, fingindo que faziam a prova. Do lado de fora, outros fiscais tentavam flagrar pessoas que transmitiam mensagens para os estudantes. Segundo a polícia, ao menos "dois grupos de pessoas" foram presos por tentativa de contato com pessoas que faziam os testes.

"Meu filho só consegue chorar. Uma fiscal tocou seu corpo e tirou um celular da sua cueca. Estou furiosa e quero que ele identifique quem fez isso", declarou um dos pais na passeata.

Um dos fiscais, Li Yong, recebeu um soco no nariz de um dos pais. Ele conta que tirou um celular do filho do homem e recusou propina para devolvê-lo.

"Ele prejudicou o desempenho do meu filho. Estou muito irritado", justificou o agressor, após ser detido.

O governo local admitiu que "o exame foi tão rigoroso que alguns estudantes não conseguiram boas notas".

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