O menino que aparentemente matou um refém em um vídeo divulgado na terça-feira (10) pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) foi reconhecido por colegas de turma de Toulouse (sudoeste da França), informou uma fonte do ministério da Educação.
"Os estudantes reconheceram um de seus colegas, mas temos que ser prudentes", declarou em uma entrevista coletiva o inspetor escolar de Haut-Garonne, Jacques Caillaut.
Caillaut não confirmou as informações de fontes ligadas ao caso segundo as quais o menino, que teria 12 anos e que foi filmado enquanto executava com uma pistola um árabe-israelense apresentado como espião, é enteado de Sabri Essid, um parente de Mohamed Merah, o autor do massacre de Toulouse.
Merah espalhou o medo na França quando matou três militares e três crianças e um professor em uma escola judaica entre 11 e 19 de março de 2012. As crianças teriam assistido o vídeo na quarta-feira.
O ministério disponibilizou na quinta-feira um serviço de "assistência psicológica" para os estudantes, pois as "crianças estão em choque", disse Caillaut.
No vídeo, ao lado da criança, aparece um jihadista que menciona, em francês, o recente ataque contra judeus na França e ameaça atacar os israelenses e conquistar Jerusalém.
Segundo uma fonte próxima ao caso, o jihadista seria Sabri Essid, "meio-irmão" de Mohamed Merah, depois que seu pai, Mohamed Essid, se casou com a mãe de Merah.
Segundo o inspetor escolar, os colegas de turma teriam conhecido o menino na escola primária de Vergers, em Toulouse.
"Há uma criança que não está mais na escola de Vergers desde 14 de março de 2014, mas não tenho mais informações", declarou Caillaut.
A família de Sabri Essid é suspeita de ter abandonado Toulouse para viajar à Síria em meados de 2014. A justiça francesa iniciou uma investigação na quinta-feira, principalmente por assassinato, segundo uma fonte judicial
Na terça-feira, o EI postou o vídeo onde um suposto espião árabe-israelense é morto com um tiro disparado por um menino.
No vídeo de mais de 10 minutos, é possível ver um homem se apresentar como Muhammad Said Ismail Musallam, de 19 anos, e, em seguida, ser morto com um tiro na cabeça por um menino de no máximo 12 anos.
No vídeo, o menino grita "Allahu Akbar!" ("Alá é grande!"), antes de disparar contra a cabeça da vítima, que recebe outros quatro tiros já caído no chão.
O vídeo foi mais um dos vários produzidos pelo EI e que começaram pela decapitação, em agosto passado, do jornalista americano James Foley e, mais recentemente, pela execução, queimado vivo, de um piloto jordaniano capturado, seguido da decapitação de 21 cristãos coptas.