Ex-presidente da Libéria Charles Taylor pega 50 anos de prisão

Ele era julgado por crimes de guerra e contra a humanidade em Serra Leoa

O ex-presidente liberiano Charles Taylor aguarda para ouvir sua sentença no tribunal nesta quarta-feira (30) | Reuters
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O ex-presidente da Libéria Charles Taylor foi condenado nesta quarta-feira (30) a 50 anos de prisão, por crimes de de guerra e contra a humanidade, pelo Tribunal Especial para Serra Leoa.

Taylor havia sido considerado culpado em 26 de abril.

"O tribunal o condena de forma unânime a uma pena única de 50 anos de cárcere", disse o juiz Richard Lussick, em Leidschendam, próximo a Haia, na Holanda.

"O acusado é responsável por ter ajudado, estimulado e planejado alguns dos crimes mais odiosos da história da humanidade", completou Lussick.

Taylor, de 64 anos, cumprirá a pena no Reino Unido por conta de um acordo com o tribunal, que não emite condenações a prisão perpétua.

A acusação "recomendou" em 3 de maio uma condenação de 80 anos de prisão, algo considerado "desproporcional e excessivo" pela defesa do ex-presidente, o primeiro chefe de Estado condenado pela justiça internacional desde o tribunal militar de Nuremberg.

O ex-presidente da Libéria (1997-2003), detido em 2006 na Nigéria, foi declarado culpado no fim de abril de 11 crimes contra a humanidade, incluindo estupro, assassinato e saques, cometidos entre 1996 e 2002 em Serra Leoa.

Segundo os juízes, Taylor iniciou uma campanha de terror com o objetivo de controlar Serra Leoa e poder explorar seus diamantes, durante uma guerra civil que deixou 120.000 mortos entre 1991 e 2001.

Vítimas da guerra civil de Serra Leona celebraram a condenação de Charles Taylor por seu apoio aos rebeldes que espalharam o terror no país.

Centenas de pessoas se reuniram diante do edifício do Tribunal Especial para Serra Leoa em Freetown e acompanharam, em silêncio, o anúncio do veredicto.

"Fecha o pano para Charles Taylor. Espero que seus atos o atormentem enquanto apodreça na cadeia", afirmou Al Hadji Jusu Jarka, que teve os braços amputados pelos rebeldes.

O ativista dos direitos humanos Charles Mambu também comemorou a decisão.

"É excelente! Nós, como defensores dos direitos humanos, estamos felizes com a sentença".

Após sua condenação, Taylor acusou o Ocidente de "manipular" os tribunais de guerra.

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