Ex-vigia é absolvido de acusações pela morte de jovem negro nos EUA

Por unanimidade, júri declarou George Zimmerman inocente.

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O ex-vigia George Zimmerman, de 29 anos, acusado de matar o jovem negro Martin Trayvon enquanto realizava uma ronda de vigilância em seu bairro na Flórida, nos Estados Unidos, foi declarado, neste sábado (13), inocente das acusações de assassinato em segundo grau e homicídio involuntário.

A absolvição gerou protestos em várias cidades, entre elas Nova York e Los Angeles.

Após 16 horas de deliberações, o júri, composto por seis mulheres, declarou o réu inocente de todas as acusações por unanimidade.

Filho de pai americano e mãe peruana, Zimmerman era acusado de ter atirado em Trayvon Martin e o matado em 26 de fevereiro em Sanford, apesar do jovem não portar arma. A defesa do réu alegou legítima defesa.

A morte de Trayvon Martin despertou forte comoção nos Estados Unidos, especialmente entre a comunidade negra. Muitos denunciaram um crime motivado por preconceito racial.

Julgamento

A Promotoria retratou Zimmerman como alguém que "se achava um policial", que "fez justiça com as próprias mãos" quando viu Martin caminhando na chuva, e que presumiu que o rapaz "não era nada bom".

O promotor Bernie de la Rionda descreveu o jovem morto como um "rapaz inocente de 17 anos" a quem Zimmerman "identificou como um criminoso", perseguiu-o, após evitar a recomendação da Polícia, brigou com ele e o matou com um tiro à queima-roupa "porque quis".

No tempo de refutação dado na sexta (12) à Promotoria, o promotor John Guy fez uma emotiva apelação ao bom senso e ao coração do júri e pediu "justiça" para Martin.

Porém, sobre a decisão final do júri pesou mais o relato dos fatos exposto pela defesa de Zimmerman, que defendeu o argumento de que o vigia agiu em defesa própria, pedindo a absolvição das acusações.

Mark O"Mara, advogado do vigilante de bairro voluntário, lembrou ao júri na exposição dos argumentos de fechamento que uma "dúvida razoável" que Zimmerman só tentou se defender era suficiente para declarar seu cliente inocente das acusações.

A versão de Zimmerman sobre sua atuação em defesa própria se fundamentou em que Martin lhe deu um soco no nariz, o empurrou e, ao cair no chão, o rapaz se sentou sobre ele e começou a bater nele e sacudir sua cabeça contra o chão, por isso que teve que atirar.

O ex-vigia manteve sempre que atirou em defesa própria contra Martin, que retornava de noite para a casa da namorada de seu pai e caminhava por Sanford, no centro da Flórida, com o capuz do suéter na cabeça, o que despertou as suspeitas de Zimmerman.

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