Os familiares de Nelson Mandela começaram a disputar ferozmente o acesso a sua fazenda enquanto milhares de pessoas desfilavam diante do caixão do Prêmio Nobel da Paz, indicou a imprensa sul-africana nesta terça-feira (17).
O jornal "The Times" assinalou que membros da família expulsaram Mandla Mandela - o neto mais velho do ex-presidente e herdeiro do título de seu clã - da fazenda familiar no povoado de Qunu, na província do Cabo Oriental, onde o herói da luta contra o apartheid foi sepultado no domingo.
O jornal indicou ainda que as fechaduras da casa de Mandela foram trocadas pouco depois da chegada de sua filha mais velha, Makaziwe, na quinta-feira, uma semana depois da morte do ex-presidente e três dias antes do funeral.
A água e a eletricidade foram desconectadas na véspera do solene enterro de Estado em Qunu.
Aparentemente, Makaziwe se encarregou dos preparativos do funeral mesmo quando Mandla era o rosto público da família, permanecendo junto ao caixão, enquanto era exposto no Union Buildings de Pretória na semana passada.
Durante os últimos meses de vida de Madiba, as batalhas entre seus parentes sobre o uso do nome Mandela para vender qualquer tipo de produto, de garrafas de vinho a objetos de arte chegaram a ofuscar o legado do grande estadista.
George Bizos, confidente e advogado de Nelson Mandela, disse na semana passada que o conteúdo de seu testamento será divulgado no momento apropriado, acrescentando que se tratava de "um documento sagrado".