O último balanço sobre as vítimas do choque de um trem urbano contra uma estação em Buenos Aires, na quarta-feira indica um total de 50 mortos, 11 deles ainda não identificados, e 703 feridos, sendo que 46 ainda estão hospitalizados, informaram nesta quinta-feira (23) as autoridades.
"Houve 703 feridos, segundo o último registro dos hospitais", revelou o chefe do serviço de emergências SAME, Alberto Crescenti, em declarações a rádios no dia seguinte à terceira maior catástrofe ferroviária da Argentina, na colisão de um trem de passageiros contra uma plataforma da estação terminal de Once, no centro de Buenos Aires.
O registro de mortos chegou a 50, 11 deles ainda não identificados, revelaram o subsecretário de Direitos Humanos do governo comunal, Claudio Avruj, e o diretor da Defesa Civil, Daniel Russo.
"Há 6 homens e 5 mulheres ainda não identificados. Tiramos fotos que mostramos aos familiares para que não entrem em contato com os corpos. Isso pode ser feito porque não estão desfigurados. E buscamos tatuagens, anéis para que possam reconhecê-los", disse Russo.
A sociedade estava em choque nesta quinta-feira, em meio a ondas de críticas às deficiências dos serviços de trens de passageiros, enquanto cenas dramáticas eram vistas frente ao necrotério com pessoas que tentam encontrar seus familiares desaparecidos.
"Restam 46 internados", disse o ministro da Saúde da cidade, Jorge Lemus.
Quase todas as pessoas mortas e gravemente feridas foram encontradas no primeiro e no segundo vagões da composição, que ficaram um sobre o outro. Não se sabe ainda por que o trem não freou ao chegar à plataforma.
"Meu filho está em algum lugar, vivo ou morto!", suplicava diante dos jornalistas María Luján, mãe de Lucas Menghini, de 20 anos, que entrou naquele trem e ainda não foi encontrado.
Outra mulher, identificada apenas como Estela, grávida e soluçando, disse que procurava seu marido, Alberto García, mas que "ninguém sabe o que aconteceu com ele".
O mais grave acidente ferroviário registrado na Argentina ocorreu em Benavidez (periferia norte), deixando 236 mortos em 1970, e o segundo, na província de Santa Fe (centro-leste), com 55 mortos, em 1978.
Centenas de milhares de pessoas viajam de trem dos subúrbios para a capital da Argentina diariamente.
A linha ferroviária urbana Sarmiento opera com intensidade em uma distância de até 70 km e transporta diariamente a cerca de meio milhão de pessoas.
Os trens utilizados pela empresa são da década de 1960.
Os serviços ferroviários sucateados e lotados, operados por empresas privadas e fortemente subsidiados pelo Estado, são marcados por acidentes e atrasos e alvo constante de críticas de políticos e especialistas.
O último acidente ferroviário ocorrido na Argentina aconteceu em 18 de dezembro passado, quando uma locomotiva se chocou contra um trem repleto de passageiros parado numa estação da periferia sul da capital, com 17 feridos.
Em 13 de setembro de 2011, nove pessoas morreram e 212 ficaram feridas no choque entre dois trens e um ônibus numa passagem de nível do bairro metropolitano de Flores, a oeste, em um dos episódios mais graves dos últimos anos.