A Finlândia deve começar, em 2017, a testar um sistema em que todos os habitantes do país vão receber uma "renda básica", mesmo que não trabalhem.
Proposta pelo governo recém-eleito, liderado pelo partido centrista, a política de conta com o apoio de 70% da população, de acordo com uma pesquisa conduzida em setembro. A maioria dos entrevistados acredita que um bom nível de renda básica seria de 1.000 euros por mês (R$ 4.468).
A renda mínima ideal obedece uma equação complicada: ela deve ser suficiente para tirar pessoas da pobreza, mas também não pode ser tão alta a ponto que não haja mais necessidade de trabalhar. O tema interessa particularmente aos desempregados: atualmente, cerca de 10% da força de trabalho finlandesa está inativa, algo em torno de 280 mil pessoas.
Entre os objetivos do projeto está reduzir os gastos com programas sociais. A renda básica poderia encorajar os finlandeses que estão sem empregos a procurarem vagas temporárias, que envolvem benefícios bem menores. Uma renda básica também tornaria possível que as pessoas trabalhassem em cargos que lhes interessam mais, independente da remuneração.
O experimento será o primeiro a ser colocado em prática em uma nação desenvolvida desde os anos 1970. O projeto piloto deve ser testado com 8.000, que vão receber valores que variam entre 400 e 700 euros (R$ 1.787 e R$ 3.128). A ideia pode, no entanto, esbarrar na Constituição Finlandesa, que prevê tratamento igualitário a todos os habitantes.