Forte terremoto mata ao menos 124 na China; feridos já passam de 3.000

O sismo foi registrado a 13 quilômetros de profundidade

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Um terremoto de forte intensidade, magnitude 6,6 na escala Richter, que sacudiu Sichuan (sudoeste da China) neste sábado (20) deixou pelo menos 124 mortos e mais de 3.000 feridos, segundo o departamento de administração de terremotos da China.

O sismo foi registrado a 13 quilômetros de profundidade, às 8h02 (21h02 de Brasília), e seu epicentro foi situado a 51 quilômetros de Lingqiong, de acordo com o Serviço Geológico Americano.

O terremoto atingiu a comarca de Lushan, na área municipal de Yaan, situada no sul da província, segundo os primeiros dados do Centro de Redes Sismológicas da China.

Apesar da confirmação oficial, o número de mortos e feridos não é exato e pode aumentar.

A agência sismológica da província de Sichuan adiantou que o sismo pode ter deixado "centenas de mortos" .

"O tremor em Yaan, distrito de Lushan, causou centenas de mortos ou feridos", informou o órgão em seu site.

Busca por desaparecidos

Em Lushan, onde foi encontrado o maior número de vítimas, equipes de resgate encontraram 32 sobreviventes sob escombros. O local permanece sem água e sem luz.

Mais de 6.000 soldados do Exército de Libertação Popular foram enviados à região afetada para participar dos trabalhos de resgate e auxílio às vítimas, informou a divisão militar de Chengdu, a capital de Sichuan.

Segundo a TV estatal "CCTV", apenas veículos de emergência estão autorizados a circular em Yaan.

O presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang, pediram às autoridades e equipes de salvamento que maximizem os esforços de atendimento às vítimas.

"O nosso grande desafio é aproveitar as primeiras 24 horas após o incidente, já que esse é o nosso tempo de ouro para salvar vidas", disse Xi Jinping.

As operações de resgate são dificultadas pelos deslizamentos de terra que bloquearam várias estradas da região, segundo a "CCTV".

Rastro de destruição

As primeiras fotos da tragédia mostram pessoas ensanguentadas caminhando pelas ruas, em meio a escombros de prédios que desabaram.

Em Yaan, um número incerto de estudantes ficou preso sob os escombros de um alojamento da universidade local, de acordo com o site de notícias Sina.com.

Em outra localidade do mesmo distrito de Lushan, praticamente todas as edificações antigas desabaram, total ou parcialmente, revelou a agência de notícias oficial Nova China.

Segundo relato de um Lushan na internet, a creche local também desabou, deixando um número indeterminado de vítimas.

Os prédios nas zonas rurais da China são construídos, geralmente, com material de baixa qualidade e ignorando as normas anti-sísmicas.

Prédio tremeu por 20 segundos, relata morador

O forte tremor pôde ser sentido em outras províncias do oeste do país, em um raio de milhares de quilômetros.

Segundo Xu Mengjia, secretário municipal do Partido Comunista de Ya"an, cidade mais próxima do epicentro, o tremor destruiu centenas de prédios e provocou deslizamentos de terra na região.

Como ainda era de manhã cedo na China, moradores fugiram para as ruas de pijama.

Câmeras de segurança nas ruas de Yaan mostraram pessoas correndo assustadas pelas ruas, enquanto os pacientes de um hospital eram evacuados.

Um morador de Chengdu, situada a 140 quilômetros de Yaan, onde o abalo também foi sentido, relatou que em seu apartamento, no 13º andar, pôde sentir o prédio tremendo durante 20 segundos, enquanto via telhas caindo de edifícios próximos.

Chongqing, metrópole vizinha a Chengdu, com 33 milhões de habitantes, também sentiu o terremoto.

Após o forte tremor inicial, também foram registradas várias réplicas na região, com magnitude 4 e 5.

O oeste da China é uma área de frequente atividade sismológica, por ficar na zona de atrito das placas indiana e asiática. Nas últimas semanas, vários tremores de menor intensidade na também ocidental província de Yunnan causaram dezenas de feridos.

Em 12 de maio de 2008, um terremoto de 8 graus com epicentro em Weichuan, no norte de Sichuan, deixou 90 mil mortos e 375 mil feridos.

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