Durante o fim de semana, os Estados Unidos voltaram a ser palco de protestos da comunidade negra contra a polícia. No domingo (10), dezenas de manifestantes foram presos em Baton Rouge, capital do Estado da Louisiana, onde na terça-feira um homem negro fora a morto a tiros por policiais.
Mas nessa atmosfera de tensão, marcada também por um intenso debate sobre a militarização das forças policiais do país, uma foto se tornou um símbolo da situação: de autoria de Jonathan Bachman, um fotógrafo de Nova Orleans a serviço da agência de notícias Reuters, a imagem mostra uma jovem negra de vestido, de pé e aparentando calma diante do que parece ser a chegada esbaforida de dois policiais armados e trajando equipamento completo de choque.
A foto foi tirada nas proximidades da sede da polícia de Baton Rouge, onde manifestantes tinham se reunido no sábado, em proteso contra a morte de Alton Sterling. Um vídeo mostrou dois policiais brancos atirando no homem enquanto ele estava imobilizado.
Segundo a Reuters, a mulher da foto foi detida pela polícia, mas a agência não soube identificá-la. De acordo com veículos de mídia nos EUA, trata-se de Ieshia Evans, enfermeira de 35 anos e mãe de um filho. Segundo o New York Daily News, Evans passou a noite de sábado na prisão, segundo as autoridades, mais de 100 pessoas foram presas.
Em sua página no Facebook, Evans agradeceu à preocupação de amigos e do grande público, mas até agora ainda não deu entrevistas. No entanto, sua atitude já foi comparada à do anônimo chinês que, em 1989, obstruiu o caminho de uma coluna de tanques a caminho da Praça da Paz Celestial, em Pequim, para reprimir protestos pró-democracia.