A crise imigratória da Europa escancarou, em forma de imagens, sua face mais brutal. O corpo de uma criança de 2 anos foi encontrado em uma praia turca. Além dele, pelo menos 11 refugiados sírios - entre eles cinco crianças - morreram quando tentavam chega à ilha grega de Kos. De acordo com a polícia da Turquia, o menino morreu após dois barcos, que carregavam um total de 23 pessoas, se acidentarem no percurso. Duas pessoas ainda seguem desaparecidas.
A foto, obviamente, chocou o mundo inteiro, por ser muito mais forte e direta do que números e estatísticas. Apesar de seu impacto, no entanto, ela não muda a dimensão da crise, só escancara - ainda mais - sua esfera mais humana. É possível não ver a imagem, mas não há como ignorar o drama vivido pelas centenas de milhares de refugiados que arriscam suas vidas nas águas do Mediterrâneo.
A Organização Internacional para as Migrações informou nesta quarta que mais de 350 mil migrantes atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro e mais de 2.600 morreram no mar enquanto tentavam chegar à Europa.
A Europa tenta, entre poucos avanços e muitos retrocessos, resolver (será possível) a crise humanitária que desemboca no continente- mas que é resultado de perseguições, terrorismo e de uma guerra civil, que assola a Síria há mais de quatro anos.
Enquanto a Alemanha, com um estado de bem-estar social e leis de asilo mais flexíveis, absorve a maior parte do contingente e se depara com episódios preocupantes de xenofobia, a Hungria segue com a construção de um muro em suas fronteiras para "proteger seu território".
Em Budapeste, na capital do país, a estação de trem foi fechada pelo segundo dia consecutivo para impedir que refugiados vindos da Síria e de outros locais do Oriente Médio sigam viagem rumo a outros países do continente. Milhares de pessoas acampam nos arredores da estação Keleti, e o governo húngaro se reúne, mais uma vez, para tentar tomar providências.