A França voltou a bombardear nesta terça-feira (17) a cidade de Raqqa, no centro-norte da Síria, considerada a capital do Estado Islâmico, anunciou o ministério francês da Defesa.
“O Exército francês conduziu pela segunda vez em 24 horas um ataque aéreo contra Daesh [acrônimo em árabe do EI], em Raqqa, na Síria”, indicou o ministério em comunicado.
A ofensiva, lançada às 22h30 de segunda-feira em Brasília, contou com a participação de dez caças Rafale e Mirage 2000 que saíram de bases nos Emirados Árabes e Jordânia e lançaram 16 bombas, missão similar à ocorrida no domingo.
O ataque, realizado em coordenação com as forças norte-americanas, foi lançado contra locais identificados durante missões de reconhecimento realizadas anteriormente pela França.
O presidente da França, François Hollande, anunciou na segunda-feira (16) que apresentará na próxima quarta (18) uma proposta para estender por três meses o estado de emergência, em vigor no país desde os ataques em Paris.
“A França está em guerra. Mas não estamos em uma guerra entre civilizações, porque esses assassinos [responsáveis pelos ataques em Paris] não representam nenhuma. Estamos em guerra contra o terrorismo jihadista, que ameaça o mundo inteiro”, disse Hollande nesta segunda-feira (16) em discurso a parlamentares reunidos no Palácio de Versalhes.
Hollande afirmou que buscará emendar a Constituição para melhorar a forma como o governo lida com situações de crise. O mandatário quer que a Legislação do país permita que o governo retire a cidadania francesa de pessoas com dupla nacionalidade que apresentem riscos de terrorismo.
Dentre os terroristas responsáveis pelos ataques em Paris, está foragido Salah Abdeslam, 26, cidadão franco-belga. Ele alugou o Volkswagen Polo preto que levou terroristas à casa de shows Bataclan, onde foram mortas 89 pessoas.
Hollande também pediu o aumento do orçamento destinado às forças de segurança e ao Exército francês. O presidente disse que a França irá intensificar suas operações na Síria após os 20 ataques aéreos contra a milícia radical Estado Islâmico (EI) realizados domingo à noite. “Não haverá hesitação e nenhuma trégua”.
“Eu considero que, nessas circunstâncias, o pacto de segurança prevalece sobre o pacto de estabilidade”, disse o presidente, referindo-se aos limites orçamentários estabelecidos para os países da zona do euro.
Hollande também anunciou que irá pedir ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas uma resolução destacando a vontade comum de lutar contra o terrorismo.
O líder francês disse que deve encontrar nos próximos dias os presidentes de Estados Unidos, Barack Obama, e Rússia, Vladimir Putin, para unir forças e propor a formação de uma grande coalizão internacional para combater o EI.
Atualmente, EUA e Rússia realizam bombardeios contra o EI na Síria de forma independente.