O governo do Brasil anunciou o início de uma operação para resgatar cidadãos brasileiros no Líbano, decisão que foi tomada após uma reunião entre o presidente Lula e o chanceler Mauro Vieira durante a posse da nova presidente mexicana, Claudia Sheinbaum. De acordo com o chanceler, o primeiro voo de repatriação está previsto para o próximo fim de semana.
O QUE ACONTECEU
A situação no Líbano se agravou devido a intensos bombardeios israelenses, direcionados principalmente a alvos do grupo extremista Hezbollah, que também têm causado vítimas entre civis. Desde o aumento da violência em 20 de setembro, dois brasileiros perderam a vida, e no dia 30 foi registrado um ataque por terra.
Mauro Vieira compartilhou com Lula informações sobre a situação em Beirute e detalhou discussões que teve em Nova York.
No dia 28, o chanceler brasileiro se encontrou com Abdallah Rashid Bou Habib, seu homólogo libanês. Juntos, eles analisaram o cenário atual do conflito e as possibilidades de repatriação dos brasileiros no Líbano.
Desde a última segunda-feira, 23, o Itamaraty tem debatido a necessidade da operação de repatriação, focando principalmente nas rotas de resgate.
Os bombardeios israelenses têm atingido áreas próximas ao aeroporto de Beirute, que permanece aberto, mas o governo brasileiro também está considerando o uso de bases aéreas russas na Síria, situadas próximas à fronteira libanesa, em Hmeymim e Shayrat.
Outra alternativa, mais complexa, seria a retirada dos brasileiros via Chipre, que possui fronteira marítima com o Líbano, exigindo coordenação de operações terrestres, marítimas e aéreas.
A Força Aérea Brasileira (FAB) está preparada para a operação, já dispondo de aeronaves e um plano de voo para o resgate. Enquanto isso, a embaixada brasileira em Beirute continua a coletar informações sobre os cidadãos que desejam deixar o país. Estima-se que cerca de 21 mil brasileiros residam no Líbano, segundo o Itamaraty.