Grã-Bretanha fez espionagem de webcams dos usuários do Yahoo

Os documentos da GCHQ indicam que o citado programa recolheu imagens estáticas procedentes de chats do Yahoo entre 2008 e 2010

Yahoo | Divulgação
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A agência de espionagem britânica GCHQ, por meio de sistemas fornecidos pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, interceptou e armazenou imagens de webcams de mais de 1,8 milhões de usuários do Yahoo, informou na quinta-feira o jornal The Guardian, que cita documentos confidenciais.

De acordo com o periódico britânico, as imagens, que eram coletadas por um programa informático específico do GCHQ (o centro de escutas britânico) chamado Nervo Ótico, eram removidas das webcams de computadores de pessoas que não eram suspeitas de nenhum delito.

Os documentos da GCHQ indicam que o citado programa recolheu imagens estáticas procedentes de chats do Yahoo entre 2008 e 2010, as quais eram armazenadas em bases de dados das agências de espionagem.

Segundo a denúncia do The Guardian, a seleção das imagens não levava em consideração se os indivíduos espionados representavam um alvo ou não para os serviços de inteligência. Essa informação faz parte dos documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, asilado em Moscou desde 23 de junho de 2013, após ter revelado dados do programa de espionagem em massa dos EUA.

Durante seis meses de 2008, a agência britânica recolheu imagens de webcams de contas por todo o mundo, entre as quais continham quantidades substanciais de comunicações de tipo sexual explícito. O Yahoo - segundo maior servidor de e-mail depois do Gmail - reagiu com indignação ao ser informado da espionagem pelo The Guardian.

O provedor negou ter conhecimento prévio do programa informático Nervo Ótico e acusou as agências de espionagem de empregar "um novo nível de violação da privacidade" de seus usuários.

Os documentos secretos também revelam as dificuldades da GCHQ para manter grandes quantidades de imagens com conteúdo sexual explícito, recolhidas pelo programa, fora do alcance da visão de seus empregados.

O programa, segundo revelam os documentos, seguiu ativo até 2012, sendo utilizado em experimentos de reconhecimento facial para supervisionar alvos existentes da agência de escutas britânica. Esse tipo de busca podia ser usada, aparentemente, para tentar encontrar suspeitos de terrorismo ou delinquentes que faziam uso de diferentes documentos de identidade. No entanto, os documentos filtrados indicam que os usuários cujas webcams eram interceptadas não eram selecionados.

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