À espera que o Parlamento vote nesta quarta-feira (15) um novo e impopular pacote de medidas de austeridade, os gregos fazem uma nova greve geral de 24 horas, a terceira deste ano.
Convocada pelos sindicatos majoritários, a greve paralisa a circulação de trens e navios e afeta também a imprensa, pois aderiram a ela os jornalistas de todos os veículos.
Também permanecem fechados os bancos, os ministérios, os serviços voltados ao público, as creches e as empresas estatais em vias de privatização.
Os hospitais públicos atenderão apenas casos de emergência, os meios de transporte urbanos serão interrompidos por algumas horas e o comércio em Atenas fechará mais cedo.
As exceções desta vez são as companhias aéreas e os aeroportos, que funcionarão normalmente e permitirão os voos para não afetar o turismo, e um par de sites de notícias.
Os gregos protestam contra a implementação de um pacote adicional de medidas de austeridade do qual o país depende para seguir recebendo ajuda da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para evitar a quebra.
Além disso, a Confederação Geral de Trabalhadores (GSEE), a União de Funcionários Públicos (Adedy) e o Movimento de Trabalhadores (Pame), filiado ao Partido Comunista, convocaram duas manifestações para as 11h locais (5h de Brasília) no centro de Atenas.
A estes protestos se somará o movimento dos "indignados" gregos, que já estão há 21 dias acampados na Praça Sintagma para se manifestar contra o Parlamento, com o pedido de mudanças.
Grupos de adesão à greve convocaram pela internet a população para formar uma cadeia humana ao redor do Parlamento, onde está previsto que comece a tramitar o novo acordo de medidas pactuado com a UE e o FMI, à espera de receber um quinto lance de ajuda de 12 bilhões de euros, valor imprescindível para que o país não quebre no próximo mês.
O último pacote de austeridade com o qual o governo pretende acrescentar 78 bilhões de euros ao saldo das contas do Estado e diminuir o déficit a 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, compreende privatizações, cortes salariais, fechamento de empresas públicas e aumentos de impostos.
O primeiro-ministro grego, Yorgos Papandreu, corre o risco de o novo pacote de medidas não obter o apoio de parte de seu grupo parlamentar, que conta com 156 das 300 cadeiras da Câmara.
Segundo a imprensa grega, em reunião extraordinária dos ministros de Finanças dos países da zona do euro sobre a Grécia nesta terça-feira (13), ficou claro que os parceiros europeus exigem que o pacote de medidas e as leis pertinentes sejam aprovados pelo Parlamento grego.