O comandante das forças militares no sul do Iêmen foi morto por um militante suicida na cidade portuária de Aden nesta segunda-feira (18), dias depois de tropas tirarem militantes islâmicos ligados à rede terrorista da Al-Qaeda de seus redutos do sul.
A morte do major-general Salem Ali Qatan destacou o controle tênue das autoridades centrais do Iêmen no sul, apesar de um mês de bombardeios e ataques aéreos apoiados pelos EUA e destinados a suprimir os militantes.
O Ministério da Defesa disse que um suicida lançou-se no veículo de Qatan, matando também dois soldados que o escoltavam. O ministério identificou o suicida como um somali, mas não deu outros detalhes.
Um médico do hospital onde Qatan morreu disse que 12 pessoas, nove delas soldados, ficaram feridas no ataque em Aden, uma cidade portuária com vista para rotas marítimas de petróleo a menos de 100 quilômetros de várias cidades que os islâmicos ligados à Al-Qaeda recentemente controlavam.
A maior parte desse território está na província de Abyan, onde os combatentes que se autodenominam Ansar al-Sharia tomaram cidades no ano passado, aproveitando-se dos protestos contra o regime de três décadas do então presidente Ali Abdullah Saleh.
Saleh, que passou o cargo a seu vice em fevereiro sob um acordo de transferência de poder intermediado pelos EUA e a Arábia Saudita, tinha reposicionado algumas de suas forças do sul em uma tentativa de suprimir os protestos, acabando por matar centenas de manifestantes.
Abyan tem sido o foco de uma ofensiva de um mês pelo Exército do Iêmen com apoio dos Estados Unidos, que está travando sua própria campanha de aviões não tripulados e ataques de mísseis contra supostos membros da Al-Qaeda.
Washington está cada vez mais preocupado com a presença militante no Iêmen e apoiou os militares com treinamento, inteligência e mais ajuda, embora o Pentágono não tenha dado detalhes do aumento da assistência.
Qatan era uma figura central nos planos de reestruturação das forças armadas do Iêmen, que se dividiram em facções durante a luta sobre o destino de Saleh. Sua nomeação para o comando do sul foi uma das primeiras medidas do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi contra partidários do ex-presidente no Exércto.