Até hoje não existe uma informação exata sobre o número de pessoas que morreram, entre 1961 e 1989, na tentativa de ultrapassar o muro de Berlim e a fronteira que dividia as duas partes de Alemanha, formada por diversas cercas, campos de minas e os chamados "automáticos da morte". Mas um dos nomes das vítimas do Museu do Muro, de Berlim, acaba de ser retirado da lista. Depois de tido como morto durante 31 anos, o alemão René Seiptius, de Leipzig, que tem hoje 48 anos de idade, apresentou-se, em entrevista à TV NDR, para dizer que estava vivo.
Segundo o site da emissora, o equívoco foi possível porque muitos dos nomes da lista de mortos surgiram de histórias contadas por possíveis testemunhas. Alexandra Hildebrandt, diretora do museu, reagiu surpreendida:
- Ficamos felizes em saber que o Sr. Seiptius vive ? disse, anunciando também que o museu vai investigar todos os casos de mortes na fronteira entre as duas partes da Alemanha durante a divisão do pais, que acabou com a queda do muro de Berlim, em novembro de 1989.
René tinha 17 anos de idade quando tentou fugir para o ocidente acompanhado de dois amigos, no dia 7 de agosto de 1981. Um deles, André Bauer, da mesma idade, foi morto por um tiro de uma arma-armadilha, que disparava automaticamente quando registrava movimentos na área proibida. René e o amigo que sobreviveu foram presos mas libertados dois meses depois, quando ele conseguiu finalmente fugir para o ocidente, onde casou e teve filhos.
Há algumas semanas, ele reagiu surpreso ao ver na televisão uma reportagem sobre as vítimas do muro, que dava o seu nome como um dos mortos na tentativa de fuga.