Em apoio aos palestinos, os houthis, rebeldes aliados do Hamas no Iêmen, assumiram a autoria de um ataque de míssil ao centro de Israel na madrugada deste domingo (15). Ninguém ficou ferido.
Foi a primeira vez que um lançamento do grupo atingiu tão profundamente o espaço aéreo israelense — até então, só havia um registro de míssil em uma área aberta, perto do Porto de Eilat, no Mar Vermelho, em março.
"[O disparo] forçou mais de dois milhões de sionistas a correrem para abrigos pela primeira vez na história do nosso inimigo", disse, em comunicado, o porta-voz militar dos houthis.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os houthis pagarão um preço alto pelo ataque. Declarou também, em reunião com o gabinete do governo, que fará o possível para que os evacuados voltem às suas casas.
Como foi o ataque? Sirenes dispararam às 6h35 do horário local, momentos antes de o míssil balístico hipersônico pousar. Ele viajou 2.040 km em 11 minutos e meio, afirma a agência de notícias Reuters.
Quem são os Houthis?
A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.
Os houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como "Morte aos Estados Unidos", "Morte a Israel", "Maldição sobre os judeus" e "Vitória ao Islã", o grupo não demorou para se declarar parte do "eixo da resistência" liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.