A imigração espanhola mantém retida há três dias no aeroporto de Madri uma idosa brasileira que pretendia visitar familiares na Espanha. Desde segunda-feira (5) Amanda de Oliveira só consegue conversar com a avó, Dionísia Rosa da Silva, de 77 anos, pelo telefone. Dionísia partiu com a neta do aeroporto de Cumbica, em São Paulo, no domingo. "Chegamos em Madri era 8h de segunda-feira, numa boa, feliz e contente?, conta Amanda.
Mas na hora de passar pela imigração no aeroporto de Barajas, as duas foram chamadas por funcionários. ?Aí ele perguntou: "você tem documentação?" Dei a passagem dela de ida e volta. Eu dei tudo. Ele viu a data, tudo certinho e pediu a carta de invitação. Eu falei que ela estva acompanhada comigo. E "hotel, você tem reserva de hotel?", Não, "ela vai ficar na minha casa". "Então nesse caso ela tem que passar numa entrevista"?, relembra Amanda.
A avó de Amanda não saiu mais do aeroporto. ?Meio-dia, 14h, dão o almoço; 21h, dão a janta. Aí vende o café com euros. Eu não compro não, não vou dar dinheiro para esse povo?, conta Dionísia, por telefone.
Casos como o de Dionísia levaram o governo brasileiro a adotar medidas de reciprocidade. As autoridades da Espanha já foram avisadas que os turistas espanhóis receberão o mesmo tratamento dado aos turistas brasileiros. A partir de abril, quem vier para o Brasil e não comprovar que tem dinheiro para gastar e lugar para ficar pode ser obrigado a se hospedar no aeroporto, até o voo de volta.
O Itamaraty diz que o consulado do Brasil, em Madri, está acompanhando desde terça-feira (6) o caso da Dionísia. O Itamaraty afirma que a idosa chega ao Brasil nessa quinta-feira (8). Mas a família diz que não recebeu qualquer informação sobre o retorno dela.
A preocupação é com a saúde da aposentada, que já sofreu um derrame. ?Eu estou sentindo um pouco de coluna, porque o banco é de madeira e dói os ossos. Chateada pela ocorrência que está acontecendo, mas tudo bem?, fala Dionísia.