A Índia considera que é urgente reformar o Conselho de Segurança da ONU, no qual o país aspira conseguir um assento permanente, disse nesta terça-feira o ministro de Assuntos Exteriores indiano, S. M. Krishna.
"A carta da ONU de 1945 ainda é vinculativa no século 21 e isso precisa ser analisado. Nos últimos 60 anos, muitos países alcançaram a independência, esse novo cenário deve ser refletido", defendeu o ministro, citado pela agência indiana "Ians".
"O anelo de reformas é talvez muito urgente e muito premente, e as nações que fazem parte (da ONU) estão inclinadas em direção a isso", acrescentou o responsável da diplomacia indiana diante de uma delegação de jornalistas de países da Europa oriental.
Krishna justificou a demanda de um assento permanente para a Índia por uma questão de representatividade, porque o país tem mais de 1 bilhão de habitantes, e lamentou o fato de o continente africano não ter membros permanentes no Conselho de Segurança.
A Índia assumiu em janeiro um dos assentos não-permanentes do Conselho, por um período de dois anos, e com o aval, lembrou o ministro, de ter recebido 187 votos favoráveis - de um total de 190 estados.
"A Índia será objetiva, responsável e seus esforços serão fortalecer a paz, o desenvolvimento e a estabilidade globalmente", disse Krishna sobre o mandato de dois anos de seu país no Conselho.
O Conselho de Segurança conta atualmente com dez membros não-permanentes e outros cinco - Estados Unidos, Rússia, Reino Unido França e China - o são.
Os quatro primeiros apoiaram em público a demanda indiana de unir-se ao clube, enquanto a China, rival tradicional da Índia, se limitou a manter que "entende e apoia" a aspiração do país em ter um papel maior no organismo.