Indonésia, o maior país muçulmano, busca entrar no top 5 gigantes da economia

O presidente Widodo, durante seu mandato, viu a Indonésia ascender de décima para sétima maior economia do mundo

Aposta do governo indonésio | Montagem/MeioNorte
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Musmulyadi, 55 anos, e sua esposa Nurmis, 50, estão desafiando a tendência comum entre casais de meia-idade na Indonésia. Ao invés de se aposentarem, migraram para Nusantara, a futura capital emergente do país, localizada em Bornéu. O casal está confiante de que encontrarão oportunidades de emprego na fase inicial de construção da infraestrutura. Desde que o presidente Joko Widodo anunciou a construção de Nusantara dois anos atrás, a região testemunhou um aumento nos negócios, e o governo espera abrigar 2 milhões de pessoas até 2029.

A vida de um trabalhador na Indonésia é difícil, mas Musmulyadi e sua esposa Nurmis esperam que valha a pena - Foto: Oki BudhiEntretanto, a mudança não é pacífica para todos. Comunidades indígenas, como a de Syamsiah e Pandi, enfrentam a possibilidade de despejo de suas terras, com o governo argumentando proteção contra inundações. Pandi conseguiu adiar sua remoção temporariamente através da justiça, mas outras comunidades foram realocadas com compensações consideradas inadequadas. Esses casos destacam como os projetos de infraestrutura podem ser uma faca de dois gumes, oferecendo oportunidades, mas também gerando contestações e injustiças sociais.

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Uma nova capital para a Indonésia está sendo construída no meio da floresta tropical - Foto: Oki BudhiO presidente Widodo, durante seu mandato, viu a Indonésia ascender de décima para sétima maior economia do mundo, segundo o FMI. No entanto, seu ambicioso projeto de transformar a Indonésia numa das cinco maiores economias até 2045 enfrenta desafios. O crescimento econômico atual, em 5%, precisa atingir entre 6% e 7% ao ano para alcançar essa meta. Além disso, a dependência do investimento chinês na indústria do níquel, vital para baterias de veículos elétricos, levanta preocupações sobre a sustentabilidade dessa estratégia.

A economia da Indonésia precisa de crescer 7% ao ano para cumprir ambiciosas metas econômicas - Foto: Oki BudhiOs megaprojetos, como a construção da nova capital e a exploração do níquel, refletem a ambição do governo, mas também geram críticas. A febre do níquel, por exemplo, levou à dependência do investimento chinês, enquanto a mudança da capital enfrenta desafios para atrair investidores globais.

Widodo vê Nusantara como o seu 'presente' para a Indonésia, mas grupos da sociedade civil levantam preocupações sobre o impacto ambiental e sanitário - Foto: Getty ImagesO próximo presidente, que tudo indica ser Prabowo Subianto, enfrentará o legado desses projetos, enquanto especialistas alertam para o risco de políticas populistas e orçamento sobrecarregado nos próximos anos. O desenvolvimento da Indonésia na próxima década será um delicado equilíbrio entre ambição econômica, desafios sociais e impactos ambientais.

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