Israel começou a deportar nesta quarta-feira (2) cerca de 250 pessoas detidas depois do ataque da Marinha israelense à frota de navios de ajuda humanitária que tentava furar o bloqueio à faixa de Gaza, ação que matou nove pessoas, divulgou a rádio do Exército de Israel. Até o momento, 120 pessoas cruzaram a fronteira com a Jordânia, enquanto a rádio afirmou que 60 turcos estão no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, de onde voarão para casa.
Outros 70 cidadãos turcos estão em direção ao mesmo aeroporto para o mesmo procedimento de retorno ao seu país de origem.
Das 682 pessoas de 42 países que estavam nos seis navios que foram abordados pelos israelenses no ataque de segunda-feira, 45 foram deportados nos últimos dois dias. Havia cinco australianos no grupo ? um foi baleado e ferido e continua no hospital, enquanto os outros quatro estão em uma prisão israelense.
As deportações ganharam velocidade depois da reunião do conselho de segurança de Israel, que avançou até o fim da noite desta terça-feira e que decidiu pela saída dos detidos do país nas próximas 48 horas. ?Foi acertado que os presos serão deportados imediatamente, de acordo com os procedimentos previstos pela lei?, informou um comunicado do governo.
Os ativistas favoráveis aos palestinos que chegaram à Jordânia nesta quarta-feira relataram agressões e humilhações antes da deportação ser autorizada por Israel. Os 124 ativistas - todos de países com maioria muçulmana ? cruzaram a ponte Allenby em cinco ônibus jordanianos. A ponte sobre o rio Jordão, que está sob o controle de Israel, liga a Jordânia com a Cisjordânia.
A expectativa é de que a única brasileira envolvida nas detenções, a cineasta Iara Lee, seja liberada e embarque para o Brasil ainda nesta quarta-feira. Depois de passar pelo país, ela deve retornar aos Estados Unidos, onde mora.
Os corpos dos nove mortos ainda estão em um necrotério ao norte de Israel, aguardando identificação e posterior liberação.