Israel não garante que não atacará instalações nucleares do Irã, diz autoridade dos EUA

Na última semana, o presidente Joe Biden já havia deixado claro que os EUA não apoiariam Israel em um ataque ao programa nuclear iraniana

A cerimônia de inauguração da Usina Nuclear de Bushehr, realizada em Bushehr, Irã, em 10 de novembro de 2019. • | Fatemeh Bahrami/Anadolu Agency/Getty Images
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Israel não assegurou ao governo Biden que não atacará instalações nucleares do Irã em resposta aos recentes lançamentos de mísseis iranianos, conforme afirmou um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA à CNN nesta sexta-feira (4).

O QUE ACONTECEU

O funcionário destacou que é "muito difícil prever" se Israel utilizará o aniversário dos ataques do Hamas, em 7 de outubro, para executar uma retaliação. "Estamos esperando ver alguma sabedoria e força, mas, como sabem, não há garantias", afirmou, ao ser questionado sobre a possibilidade de Israel excluir as instalações nucleares do Irã de suas ações.

Na última semana, o presidente Joe Biden já havia deixado claro que os EUA não apoiariam Israel em um ataque ao programa nuclear iraniano.

As autoridades americanas também não têm clareza sobre o momento em que Israel tomará uma decisão sobre sua resposta.

Quando indagado sobre a possibilidade de um ataque em 7 de outubro, o funcionário sugeriu que Israel poderia preferir evitar essa data, e qualquer ação provavelmente ocorreria antes ou depois, a fim de não desviar a atenção do significado do dia.

Os EUA têm trabalhado intensamente nos últimos meses para impedir uma escalada do conflito, mas, segundo o oficial, a situação agora se encontra em um ponto crítico.

Contexto do Conflito no Oriente Médio

O ataque iraniano a Israel no dia 1º de outubro representa uma nova fase nas hostilidades da região. Israel conta com o apoio dos EUA, enquanto o Eixo da Resistência, que inclui grupos paramilitares apoiados pelo Irã, representa a outra parte do conflito.

Atualmente, existem sete frentes ativas: Irã, Hamas na Faixa de Gaza, Hezbollah no Líbano, o governo da Síria e suas milícias, os Houthis no Iémen, grupos xiitas no Iraque e várias organizações na Cisjordânia.

Israel está presente em três dessas frentes (Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza) e realiza bombardeios aéreos nas demais.

Recentemente, o Exército israelense lançou uma "operação terrestre limitada" no Líbano, após eliminar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque a seu quartel-general. As Forças de Defesa de Israel afirmam ter eliminado grande parte da liderança do Hezbollah em ações recentes. No dia 23 de setembro, o Líbano registrou o dia mais letal desde 2006, com mais de 500 mortos.

O Itamaraty informou que dois adolescentes brasileiros foram mortos nos confrontos e pediu o fim da violência, enquanto o governo brasileiro planeja repatriar cidadãos no Líbano.

Na Cisjordânia, Israel busca desmantelar grupos que se opõem à sua ocupação, enquanto, na Faixa de Gaza, a estratégia é erradicar o Hamas, que lançou o ataque de 7 de outubro, resultando em mais de 1.200 mortes, segundo o governo israelense. O Ministério da Saúde da região controlada pelo Hamas reporta mais de 40 mil palestinos mortos nas operações israelenses. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, permanece oculto em túneis na Faixa de Gaza, onde, supostamente, estão em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados.

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