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A votação foi retomada nesta segunda-feira na Itália para os referendos sobre o uso da energia nuclear, a privatização do serviço de água e a imunidade penal do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.Os italianos começaram a votar no domingo, quando a participação bateu recorde, com um índice de 41,1%.
Para que as consultas, promovidas pela oposição e que pretendem anular as leis em vigência, sejam válidas é necessária uma taxa de participação de 50% mais um voto.
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Há 16 anos a participação exigida para este tipo de consulta de iniciativa popular não é alcançada na Itália.O referendo triplo constitui um novo teste para Silvio Berlusconi, depois de seu recente fracasso nas eleições municipais.
Seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), não deu indicações de voto sobre a privatização da água e o retorno da energia nuclear. Mas chamou seus partidários a não participar do referendo sobre a imunidade penal, para evitar que se alcance o quórum necessário para dar validade à consulta.
Berlusconi, atualmente envolvido em três casos --corrupção de testemunha, fraude fiscal, prostituição de menor e abuso de poder-- teme acima de tudo a derrubada da chamada lei de "legítimo impedimento", que lhe permite ausentar-se em seus processos invocando suas obrigações de primeiro-ministro.
O segundo referendo foi convocado para questionar a lei que reintroduzia a energia atômica, uma das propostas emblemáticas do governo de direita.
A Itália, um dos poucos países da Europa sem centrais nucleares por tê-las fechado há mais de 20 anos, decidiu voltar à energia atômica, mas o chefe de governo se viu obrigado a voltar atrás em seus planos depois da enorme rejeição suscitada pelo acidente na central japonesa de Fukushima.
A oposição acredita que Berlusconi interrompeu seu programa nuclear com o único objetivo de esvaziar o referendo, e assim dissuadir os italianos de se mobilizar para votar sobre a lei de Legítimo Imedimento.
O terceiro referendo é sobre a privatização do setor de água. Esta se mantém como um bem público, mas na consulta se planeja a liberalização de sua gestão e a tarifação.
Cerca de 47,2 milhões de italianos foram convocados a votar, aos quais somam-se os 3,2 milhões de italianos residentes no exterior. A votação ocorreu neste domingo até as 17h00 de Brasília, e na segunda-feira ocorrerá das 02h00 às 10h00 de Brasília.