O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou nesta terça-feira (7) estado de emergência com duração inicial de um mês para Tóquio e outras seis regiões do país, como forma de combater a aceleração do número de casos de Covid-19. As medidas atingem quase 50 milhões de pessoas, o que equivale a 44% da população japonesa.
"Por considerar que existe o temor de que a situação afete gravemente a vida das pessoas e a economia (...) declaro o estado de emergência. Vamos suspender a medida quando tivermos certeza de que não é mais necessária", afirmou Abe diante de um comitê parlamentar.
O estado de emergência não permite às autoridades japonesas impor um confinamento estrito como em outros países, mas oferece aos governadores regionais a possibilidade de insistir para que a população permaneça em casa e determinar o fechamento temporário dos estabelecimentos comerciais não essenciais.
"O mais importante agora é que cada cidadão mude nossas ações. Se cada um de nós puder reduzir o contato com outras pessoas em ao menos 70%, e idealmente 80%, deveremos ser capazes de ver o pico no número de infecções em duas semanas", disse Abe em declarações televisionadas em reunião de uma força-tarefa do governo.
Além de Tóquio, são atingidas pelas medidas: a metrópole Osaka (oeste), Kanagawa, Saitama, Chiba, Hyogo e Fukuoka.
O Japão registra quase 4.000 casos confirmados e 80 mortes. Apesar de ser vizinho de China, berço do novo coronavírus, o país foi muito menos afetado até o momento pela pandemia de Covid-19 que a Europa ou Estados Unidos.
Porém, a contagem diária de novos casos aumentou consideravelmente na semana passada, principalmente em Tóquio e Osaka, pressionando o governo a tomar medidas mais duras.
Pacote financeiro
O governo japonês também anunciou um pacote financeiro que prevê o investimento de 108 trilhões de ienes (cerca de R$ 5 trilhões), o equivalente a cerca de 20% da produção econômica do país. O pacote é um dos maiores do mundo para aplacar a crise econômica deflagrada pela pandemia, superando os 11% do desempenho econômico dos Estados Unidos previstos para conter a crise, e os 5% da Alemanha.