Há 8 meses, Steve Jobs foi informado por seu médico de que, depois de anos de luta contra o câncer, seu tempo de vida estava cada vez mais curto, e que ele deveria se preparar para a morte. Segundo reportagem do "New York Times", Jobs confidenciou a informação para poucos amigos, o que não evitou que uma peregrinação de conhecidos interessados em se despedir do cofundador da Apple acontecesse nos últimos meses de sua vida.
Jobs não parou de trabalhar imediatamente após ser informado da proximidade do fim. Participou ainda de dois eventos públicos com a Apple: o lançamento do iPad 2 e a abertura da WWDC 2011, conferência anual de desenvolvedores para as plataformas da empresa. Só no final de agosto, pouco mais de 40 dias antes da morte, ele enfim deixou o cargo de CEO da Apple.
Nas últimas semanas, no entanto, deixou pouco sua casa em Palo Alto, na Califórnia. Recebia amigos e conhecidos eventualmente. A filtragem das centenas de pessoas que pediam para se despedir do amigo e colega era feita por sua esposa, Laurene. Na maioria das vezes, ela dizia que Jobs estava cansado demais para receber visitas.
Jobs controlava as escolhas do que fazer com seus últimos dias. Comeu sushi com seu médico, Dean Ornish, em seu restaurante predileto, o Jin Sho, também em Palo Alto. Conversou com investidores da Apple como John Doerr e Bill Campbell, e com o presidente da Disney, Robert Iger. Teria ainda dado conselhos ao time de vice-presidentes da Apple sobre a apresentação do iPhone 4S, que ocorreu na véspera de sua morte.
Mas a maior fatia de seu tempo era destinada à família. "Perguntei se ele gostava de ter filhos", disse Ornish ao "New York Times". "Steve disse que era 10 mil vezes melhor do que qualquer coisa que ele já tivesse feito."
"Ele não queria desperdiçar um minuto com coisas que ele não achava importante. Ele sabia que seu tempo na Terra era limitado. Ele queria controlar o que fazia e quais escolhas ainda estavam disponíveis."