Após longos anos da maior barbárie da humanidade, o idoso Yaakov Weissmann, de 83 anos, conta que enfrentou mais um ataque. Isso por que, quando criança, ele viveu escondido na França durante o genocídio dos nazistas contra os judeus europeus. Agora, Yaakov escapou mais uma vez da morte, desta vez nas mãos de terroristas do Hamas. As informações são da agência de notícias AFP.
Dez dias depois do ataque ao território israelense, em 7 de outubro, o agricultor aposentado fala da “tristeza” e da “raiva” que sente ao pensar nos 20 mortos no assentamento de Netiv Haassara, onde vivia com a família há mais de 15 anos, a 500 metros da Faixa de Gaza.
“Conheci muitos deles pessoalmente. Como nosso famoso Exército poderia ficar surpreso?”, questiona Yaakov Weissmann.
No dia do ataque terrorista em Israel, Yaakov e a esposa foram para um abrigo armados com um revólver. Conforme narrou à AFP, foram altos barulhos de metralhadoras. Porém, o que o deixou inquieto, foi a ausência dos familiares, que estavam dispersos durante o conflito do Hamas.
Ao sair do abrigo, Yaakov Weissmann descobriu com alívio que os seus filhos, netos e suas duas bisnetas estavam sãos e salvos. No entanto, em outros locais da aldeia, muitos não conseguiram escapar dos terroristas, e foram mortos ou sequestrados.
DIAS DE AFLIÇÃO
Yaakov Weissmann nasceu em 1940. O idoso viu e sentiu de perto o terror da Segunda Guerra Mundial. O ataque do Hamas em Israel refrescou as suas memórias da infância.
Durante a barbárie do holocausto, os pais de Yaakov Weissmann, poloneses, deixaram o país para se estabelecerem em Paris em 1933 — o pai acabou preso em 1944 e deportado para o campo de extermínio de Auschwitz, onde mais de um milhão de pessoas foram assassinadas, a grande maioria judeus.
Por anos, Weissmann viveu escondido com a irmã numa aldeia perto de Lyon, onde foi acolhido por uma família não judia, que fingia ser seus sobrinhos. Em 1959, ele se mudou para Israel, perto da fronteira com a Jordânia, com o desejo de “trazer sua terra de volta à vida”.
“Para me vingar dos nazistas decidi fundar uma família e continuar vivendo”, afirmou Weissmann à AFP.
Depois que o local foi evacuado em 1982 por Israel, no âmbito dos acordos de paz com o Egito, Weissmann instalou-se com a sua família a menos de 500 metros da Faixa de Gaza, onde reconstruíram o assentamento.
Após o ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel, Weissmann foi transferido para uma casa de repouso em Modiin, no centro israelense. “Devemos fazer o que foi anunciado, eliminar o Hamas do mapa”, disse.