O ex-ditador líbio Muammar Kadhafi enviou para fora da Líbia mais de US$ 200 bilhões, o dobro da cifra de que os governos ocidentais suspeitavam anteriormente, informou o jornal "Los Angeles Times" neste sábado (22).
O ditador Muammar Kadhafi morreu na quinta-feira, durante ataque a um comboio que tentava fugir da cidade de Sirte.
O Conselho Nacional de Transição (CNT, governo interino) deve declarar o país "livre" formalmente de Kadhafi no domingo, após oito meses de sangrenta guerra civil que acabaram derrubando o ditador.
Citando autoridades líbias sob condição de anonimato, o "Times" disse ainda que o governo americano ficou surpreso ao encontrar US$ 37 bilhões em contas e investimentos do regime líbio nos Estados Unidos.
Os funcionários congelaram os ativos antes que Kadhafi ou seus assessores pudessem fazer algo, segundo o jornal.
Os governos da França, Itália, Reino Unido e Alemanha também assumiram o o controle de outros US$ 30 bilhões.
A investigação das autoridades dos Estados Unidos, Europa e Líbia descobriu que Kadhafi enviou secretamente bilhões de dólares para o exterior ao longo dos anos.
A maior parte do dinheiro estava em nome de instituições estatais como o Banco Central da Líbia, a Autoridade de Investimento da Líbia, o Banco líbio dos Negócios Estrangeiros, a Corporação do Petróleo Líbio e a Pasta de Investimentos da Líbia, segundo o jornal.
Kadhafi e seus familiares tiveram acesso a todo o dinheiro que queriam, de acordo com as informações.
A nova cifra de US$ 200 bilhões é cerca de duas vezes o rendimento econômico anual da Líbia antes da guerra, segundo o "Times".