Líder mercenário russo ordena que tropas recuem e anuncia fim do motim

Após instalação de uma enorme crise interna com o motim do grupo Wagner contra as Forças Armadas russas, o líder do grupo anunciou recuo

Ievguêni Prigojin, líder do grupo Wagner, recuou e tropas retornam às suas bases após motim | Prigozhin Press Service / dpa
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O líder do grupo Wagner, grupo paramilitar que atua ao lado do exército russo na guerra em território ucraniano, anunciou agora à tarde que o motim iniciado por eles contra as Forças Armadas russas foi encerrado, para evitar derramamento de sangue. Mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que o motim seria punido de forma esmagadora e que não permitiria uma guerra civil dentro de seu país.

De acordo com as agências internacionais, Ievguêni Prigojin, líder do Grupo Wagner, anunciou por meio de seu canal no Telegram, que ordenou que seus comandados deem meia volta e retornem para as suas bases, cancelando a marcha que faziam em direção à capital russa, Moscou. O ditador da Bielorrusia, Aleksandr Lukachenko, havia anunciado que estava negociando com o Grupo Wagner, em nome de Putin.

Após anunciar o motim, tomando bases militares na cidade russa de Rostov, membros do Grupo Wagner iniciaram uma marcha rumo a Moscou. Durante o deslocamento para a capital russa, em Voronej, os amotinados atingiram um helicóptero russo, com baterias antiaéreas e ainda interceptaram um comboio russo por terra. No fim da tarde, no horário local, o grupo estava a apenas 350 km de Moscou.

Com a iminência da chegada do Grupo Wagner à Moscou, o prefeito da capital russa determinou feriado na cidade, nesta segunda (26), e recomendou que os russos não viajassem até a capital, além de reforçar medidas antiterrorismo, ampliando o policiamento nas ruas. Essa foi a maior rebelião militar em território russo desde o final da União Soviética, nos anos 90 e é mais um capítulo obscuro no conflito russo com a Ucrânia, na guerra iniciada em fevereiro de 2022 quando a Rússia invadiu o país vizinho.

Zelenski diz que continuidade da Guerra na Ucrânia significará devastação para a Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se manifestou após a rebelião das tropas mercenárias do Grupo Wagner contra o exercito russo. O chefe ucraniano disse que o motim do grupo contra o comando russo significa um caos completo no país e afirmou que a continuidade da guerra pode representar a devastação para a Rússia. "Hoje o mundo pode ver que os mestres da Rússia não controlam nada. E isso significa nada mesmo. Simplesmente um caos completo. Uma ausência de qualquer previsibilidade", disse.

O presidente ucraniado reforçou que a segurança da fronteira oriental da Europa depende das defesas ucranianas dos ataques russos. Zelenski disse que os ucranianos não ficarão em silêncio e enviou um recado ao presidente russo Vladimir Putin: "Quanto mais tempo suas tropas permanecerem em solo ucraniano, maior será a devastação que elas trarão para a Rússia".

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