A presidência russa do BRICS aprovou nesta quarta-feira, em Kasan, a inclusão de 13 novos países como "parceiros" do bloco, uma categoria com participação limitada e sem direito a voto. A decisão foi aceita sem oposição dos demais membros do grupo, incluindo o Brasil. No entanto, os novos países só serão efetivamente aceitos se concordarem com essa condição de parceria.
Quais são?
Entre os países convidados estão Turquia, Indonésia, Bielorrússia, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda e Argélia. Essa expansão ocorre em um contexto de fortalecimento do BRICS, que, desde sua criação em 2009, viu sua composição inicial de quatro países (Brasil, Rússia, Índia e China) crescer com a inclusão da África do Sul em 2010 e, mais recentemente, de novos membros em 2023.
Veto do Brasil
O Brasil informalmente vetou, na terça, o ingresso da Venezuela e da Nicarágua. O governo Lula, que sempre foi cauteloso em expandir o BRICS, aceitou a ampliação do grupo em 2023 sob pressão da China, mas defende critérios rigorosos para a admissão de novos membros. A lista mais recente, aprovada em 2023, incluiu países como Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos como membros plenos.
Economia
Durante um discurso por videoconferência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância econômica do BRICS, além de defender uma maior cooperação entre os países do Sul Global e medidas para enfrentar o aquecimento global. Lula também mencionou a necessidade de taxação dos super ricos e pediu ações dos países desenvolvidos para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Guerras
Lula comentou brevemente sobre os conflitos no Oriente Médio e entre Rússia e Ucrânia. Ele ressaltou que a Faixa de Gaza se tornou o "maior cemitério de crianças e mulheres do mundo" e afirmou que a escalada entre Moscou e Kiev precisa ser evitada. O presidente também alertou para o risco de que esses conflitos simultâneos possam culminar em uma nova guerra mundial.