Maior traficante de armas da América Latina é preso pela Interpol; traficava para o Brasil

Dirísio é cidadão argentino e liderava um esquema de tráfico internacional de armas, abastecendo facções criminosas no Brasil.

Diego Dirísio no momento da prisão nesta sexta-feira (2) | PF do Brasil, via Interpol
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Na tarde desta sexta-feira (3), a Interpol prendeu Diego Hernan Dirísio, considerado o maior traficante de armas da América Latina. Ele foi detido em Buenos Aires, na Argentina, junto com sua esposa Julieta Nardi Aranda, também fugitiva da Justiça paraguaia. O casal estava foragido desde o fim de 2023.

Dirísio é cidadão argentino e liderava um esquema de tráfico internacional de armas, abastecendo facções criminosas no Brasil. A Interpol informou que comunicou sobre a prisão ao superintendente da Polícia Federal (PF) na Bahia, delegado Flávio Albergaria, responsável pela investigação que desvendou o esquema de tráfico internacional de armas que abastecia facções criminosas no Brasil. A prisão, resultado de intensas investigações e cooperação internacional. A Interpol vai enviar mais detalhes sobre a prisão à PF baiana e já está comunicando a Suprema Corte no Paraguai.

Dirísio é o principal alvo de uma operação contra um grupo suspeito de fornecer 43 mil armas para as maiores facções do país, movimentando bilhões de reais. Agora, enfrenta pedidos de extradição para responder ao processo criminal no Paraguai, onde sua empresa, a IAS, com sede no país, coordenava as operações de venda de armamentos.

 Pesa contra ele e a mulher pedido de extradição para responderem presos ao processo criminal no Paraguai. Dirísio realizava a venda das armas por meio de sua empresa IAS, com sede no Paraguai.

"Ele é o dono da empresa, que coordena todas as atuações da empresa, fazia as tratativas diretas para a venda e revenda com ciência de que essas armas deveriam ser raspadas e destinadas ao crime organizado. Isso foi provado na investigação e essa foi a maior dificuldade no início da operação", disse o delegado Flávio Albergaria.

Quem é Diego Dirísio

A investigação da PF começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e avançar na investigação. 

As investigações apontaram que o empresário argentino, residente no Paraguai, comprava milhares de pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de vários fabricantes europeus (Croácia, Turquia, República Tcheca, Eslovênia). Dirísio realizava a venda das armas por meio de sua empresa IAS, com sede no Paraguai, em um esquema que envolvia doleiros e empresas de fachada no Paraguai e em Miami (EUA).

Segundo a PF, de novembro de 2019 a maio de 2022, a empresa IAS, importou 7.720 pistolas de um fabricante na Croácia. A investigação também apontou a compra e venda de 2.056 fuzis produzidos na República Tcheca e mais de cinco mil rifles, pistolas e revólveres de fabricantes na Turquia. Ao menos 1.200 pistolas também foram importadas de uma fábrica na Eslovênia: um total de 16.669 armas.

Com informações do g1

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