Mais de 22 milhões de pessoas saíram da pobreza e passaram a viver na extrema pobreza, depois da pandemia da Covid-19 na América Latina e no Caribe. A O impacto percebido nos últimos anos foi apresentado pela alta comissária das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, nesta quinta-feira (15).
De acordo com ela, tanto a pobreza quanto a pobreza extrema aumentaram na América Latina e no Caribe. "Em 2019, a pobreza atingia 30,5% da população. Em 2020, chegou a 33,7% o que representa 22 milhões a mais de pessoas. A pobreza extrema afeta a mais 8 milhões de pessoas, passando de 11,3% em 2019 a 12,5% em 2020”, disse Michelle, durante a conferência virtual "A agenda dos Direitos Humanos nas Nações Unidas e a pandemia".
A alta comissária da ONU ainda ressaltou que o número de pessoas desempregadas na região aumentou atingindo 44 milhões de pessoas com efeito maior nas mulheres. “Três milhões de jovens correm o risco de não retomar a sua educação após a crise”, acrescentou.
Para combater o que ela chamou de pandemia da desigualdade, Michelle Bachelet enfatizou ser necessário que os governos ajam para garantir a segurança da renda, a manutenção dos meios de subsistência e o acesso aos bens e serviços essenciais para os mais pobres nas sociedades.