Os corpos de 74 imigrantes foram encontrados na costa da cidade líbia de Zawiya nesta terça-feira, relatou a Cruz Vermelha. Segundo a organização, a maré arrastou as vítimas da tragédia, que tinham se afogado, até o litoral mediterrâneo. Este é mais um episódio dramático da maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, em que imigrantes vindos, sobretudo, da África e do Oriente Médio se arriscam em perigosas jornadas para chegar a países europeus.
As circunstâncias em que os imigrantes se afogaram não estão claras por enquanto, segundo o porta-voz da Cruz Vermelha na Líbia, Mohammed al-Misrati. Nas redes sociais, a organização publicou várias fotos de dezenas de cadáveres na costa.
As autoridades líbias levaram os corpos a um cemitério da capital Tripolí, que abriga os corpos de pessoas não identificadas.
As mortes de imigrantes já alcançaram um número sem precedentes na perigosa rota marítima entre Líbia e Itália. Apenas no ano passado, as estimativas de organizações internacionais são de que mais de 5 mil pessoas tenham morrido na travessia pelo Mediterrâneo.
Em dezembro, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou que, no mundo todo, quase 7.200 migrantes e refugiados morreram ou desapareceram em 2016 — um aumento de 20% em comparação ao ano anterior.
De um total de 7.189 mortos ou desaparecidos registados até então, 4.812 morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo para a Itália, Grécia, Chipre ou a Espanha, disse a OIM. Isso representa uma média de 20 mortes por dia.
A travessia do Mediterrâneo, utilizada por mais de 360 mil migrantes no ano passado, é o caminho mais perigoso ao redor do mundo, com mais de 60% de chance de morte ou desaparecimento.
Em janeiro deste ano, uma operação resgatou 1,3 mil imigrantes que estavam à deriva no Mediterrâneo por 13 missões diferentes.