Mais de dois anos depois da morte de Michael Jackson, começa nesta terça-feira (27), em Los Angeles, o julgamento de Conrad Murray, médico do cantor, acusado de ser responsável por sua morte.
Os 12 integrantes do júri que decidirá se Murray é inocente ou culpado da acusação de homicídio involuntário foram escolhido nesta sexta-feira (23), após um processo de triagem que começou no início de setembro.
O julgamento, que será transmitido pela TV, começa nesta terça-feira com as alegações de abertura.
Jackson morreu em 25 de junho de 2009, em sua mansão, em Los Angeles. O cantor teve uma overdose de profonol, um anestésico de uso hospitalar que o cantor estaria usando para conseguir dormir em meio aos preparativos da turnê "This Is It".
Murray, um cardiologista de Houston, era o médico contratado por Jackson para acompanhá-lo durante a turnê e teria administrado o medicamento na casa do cantor.
A promotoria afirma que Murray foi negligente ao dar propofol a Michael Jackson em casa, sem equipamentos de salvamento adequados disponíveis e, em seguida, sair da sala por tempo suficiente para que seu paciente não estivesse respirando quando voltou.
A defesa afirma que o cantor, desesperado para dormir, engoliu uma dose adicional da droga quando seu médico estava fora da sala. A teoria, baseada em evidências de que uma pequena quantidade de propofol - 0,13 miligramas - foi encontrada no estômago de Jackson, pode ser difícil de vender.
A droga é administrada por via intravenosa, geralmente durante uma cirurgia. Testemunhas do meio científico podem ser convidadas a explicar como ela poderia ter ido parar no estômago de Jackson. Alguns médicos dizem que ingeri-la por via oral é quase inédito.
"É uma estranha e ousada teoria de defesa", disse o Dr. Gil Tepper, chefe da equipe do Miracle Mile Medical Center em Los Angeles. "[A droga] não o faria dormir e entraria no sistema muito rapidamente, causando uma grave diarreia".
Espera-se que depoimentos sobre a droga dominem o julgamento, que deve contar com testemunhos de especialistas médicos, patologistas e até mesmo dos policiais e paramédicos que inspecionaram o equipamento de Murray no quarto onde Jackson teve uma parada cardíaca.