Um menino sírio de 2 anos que acreditava-se estar morto após ser deixado para trás pela família durante um bombardeio em Damasco se reuniu com seus familiares em Chipre, informa a agência AP nesta sexta-feira. O caso está sendo tratado como um milagre pela mídia do Chipre, para onde a família se mudou após fugir de seu país natal.
"Você pode imaginar como eles se sentiram quando descobriram que ele estava vivo após suportarem toda essa culpa por acharem que ele tinha morrido", diz a advogada Stella Constantinou.
Ninguém sabe exatamente por quando tempo Bushr Al Tawashi vagou sozinho pelos destroços da casa de sua família na área de Al Kaboun, nos subúrbios da capital síria. Ele foi encontrado por outra família que fugia do país e entregue a combatentes rebeldes para que estes cuidassem dele.
Na sua luta caótica para escapar do fogo cruzado entre tropas do governo e rebeldes, Machhour Al Tawashi e Arin Al Dakkar, pais do menino, pensavam que outros membros de sua extensa família que moravam com eles na época tinham tomado conta da criança. Quando se deram conta de que o menino tinha ficado para trás, os intensos combates os impediram de voltar, disse a advogada Constantinou.
Acreditando que o menino não conseguira sobreviver ao bombardeio, os pais e seus outros dois filhos, de 4 e 6 anos, chegaram ao Chipre no dia 6 de agosto em busca de asilo, cerca de duas semanas após se separarem de Bushr.
Quando a notícia de que o menino podia estar vivo chegou aos ouvidos da família, que agora vivia na cidade costeira de Limassol, eles procuraram Constantinou para que ela os ajudasse a trazer o menino para o Chipe, ilha mediterrânea localizada 103 km ao leste da Síria. A advogada disse que a irmã de um de seus clientes se voluntariou para voltar a Damasco no dia 9 de setembro e cuidar do menino até que sua situação para deixar a Síria fosse resolvida. A mulher agora está sendo impedida de deixar a capital síria, disse a advogada.
Constantinou afirmou que o ministério do Exterior cipriota expediu ordem para resolução da situação após os pais de Bushr apresentarem provas de que ele era filho do casal. O pai então viajou para Beirute, capital do Líbano, onde reencontrou o menino na embaixada do Chipre, e o trouxe para a ilha, na quinta-feira.
"Tudo que os pais dizem é "obrigado, obrigado", afirma Constantinou. "Como avó de uma criança de 2 anos, não há nada que eu não fosse fazer para trazer o menino de volta para seus pais". Ela acrescentou que a família, que não fala inglês, foi pega de surpresa pela atenção que recebeu da mídia.