Militares do Sudão do Sul são 'autorizados' a violentar mulheres

A maior parte das mortes de civis não parece resultar de operações

|
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou nesta sexta-feira (11) que militares combatentes pelas forças governamentais do Sudão do Sul foram autorizados a “violentar mulheres como forma de pagamento”. Para a ONU a situação dos direitos humanos naquele país está “entre as mais horríveis” do mundo.

“Trata-se de uma situação de direitos humanos entre as mais horríveis no mundo, com a utilização em massa de violações como instrumento de terror e como arma de guerra”, declarou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein."

A escala e o tipo de violência sexual – praticada principalmente pelas forças governamentais e milícias afiliadas – são descritos com detalhes terríveis e devastadoras.

A ONU indica que "de acordo com fontes confiáveis, os grupos aliados do Governo estão autorizados a violar as mulheres como forma de pagamento", sob o princípio "faça o que puder e leve o que quiser".

O Sudão do Sul está em guerra civil desde dezembro de 2013, quando o presidente Salva Kiir acusou seu antigo vice-presidente, Riek Machar, de tramar um golpe de Estado. Mais de 2,3 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas, dezenas de milhares mortas pela guerra e os dois lados envolvidos no conflito são acusados de atrocidades.

O relatório contém testemunhos sobre civis que eram suspeitos de apoiar a oposição, incluindo crianças e pessoas com deficiência, que foram assassinados, queimados vivos, sufocados em contentores, mortos a tiro, pendurados nas árvores ou cortados em pedaços.

De acordo com as Nações Unidas, a maior parte das mortes de civis não parece resultar de operações de combate, mas ataques deliberados contra civis.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES