O ministro do Ambiente da Itália, Corrado Clini, disse nesta segunda-feira (16) que vai declarar estado de emergência por conta do naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, ocorrido na noite de sexta-feira no litoral do país.
Isso permitirá a liberação de verbas federais para tentar evitar um desastre ambiental na região do desastre, ocorrido a 40 quilômetros do continente, no Mar Tirreno.
Clini disse que material líquido começou a vazar do navio, que está encalhado e inclinado em mais de 80 graus próximo à pequena ilha de Giglio. Mas ainda não está claro se se trata de combustível. Ele disse que, por precaução, barreiras de proteção estão sendo colocadas no lugar.
O navio de cruzeiro tem em seus tanques 2.380 toneladas de combustível, segundo a Costa Cruzeiros. O acidente deixou até agora 6 mortos, ao menos 14 desaparecidos e 60 feridos, 2 deles em estado grave.
As buscas pelos desaparecidos, que podem estar dentro do navio, continuam. Na véspera, três pessoas foram retiradas com vida de dentro da embarcação parcialmente submersa. Havia 57 brasileiros a bordo, segundo o Itamaraty, mas não há registros que haja brasileiros mortos, feridos ou desaparecidos.
"Bomba ecológica"
"Temos uma bomba ecológica no interior do transatlântico naufragado", disse à France Presse Sergio Ortelli, prefeito da pequena ilha da Toscana.
Após a pesquisa de sobreviventes eventuais ou corpos de vítimas, a segurança do navio é a segunda preocupação dos socorristas.
"Espero que o combustível possa ser bombeado e que o transatlântico possa ser deslocado, porque perturba a navegação", acrescentou o prefeito de Giglio.
A Ilha de Giglio é conhecida por suas minúsculas angras rochosas e seu charme rústico.
A população, que não passa de 800 moradores no inverno, sobe para 5.000 pessoas durante o verão, com a chegada dos turistas.
A zona marítima em torno da ilha é também um santuário das baleias.
Os dirigentes locais pedem a aprovação de novas regras impondo limites mais estritos à navegação nessa região e, principalmente, o fim da tradição do "l"inchino" (reverência) seguida pelos grandes navios que passam perto da ilha.
A Guarda Costeira ordenou ao proprietário do navio, a companhia Costa Cruzeiros, que "retire os destroços do navio e evite que caia uma só gota de petróleo no mar", declarou Filippo Marini, do serviço de imprensa da Guarda Costeira local.
Uma equipe de especialistas da empresa holandesa Smit&Salvage e da americana Titan Salvage estão no local para estudar os meios de colocar o navio em segurança.
Uma delas declarou, sob anonimato, que o bombeamento do combustível não poderá começar logo no início da semana, porque o equipamento necessário ainda não chegou.
Segundo um dos trabalhadores, retirar o navio de cerca de 115 mil toneladas poderia levar semanas, mas excluiu a possibilidade de cortá-lo em partes no local.