Os presidentes de Cabo Verde, Serra Leoa e Benin, além do primeiro-ministro do Quênia, viajam para Costa do Marfim nesta segunda-feira (3), no que é considerada a última tentativa de convencer o presidente Laurent Gbagbo a ceder pacificamente o poder a Alassane Ouattara, opositor vencedor das eleições ocorridas em novembro.
A missão, que conta com apoio da Comunidade Econômica para o Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e da União Africana (UA), "está a caminho" de Abidjã, anunciou Sunny Ugoh, porta-voz da Comissão da Cedeao, representada pelos três chefes de Estado.
Os presidentes Yayi Boni, do Benin, Pedro Pires, de Cabo Verde, e Ernest Koroma, de Serra Leoa, já estiveram na última terça-feira (28) na Costa do Marfim e advertiram Gbagbo que a Cedeao poderia utilizar força militar caso ele não entregasse o poder a Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional como vencedor das eleições presidenciais do dia 28 de novembro.
A missão também tem apoio de Raila Odinga, primeiro-ministro queniano, enviado da UA, que se reuniu neste domingo (2) em Abuja com o presidente da Nigéria e titular de turno da Cedeao, Goodluck Jonathan, para coordenar suas posições. O porta-voz da comunidade disse que a organização não aceitará a permanência do presidente derrotado no poder.
- Não é negociável a permanência de Gbagbo no poder.
Jonathan, segundo os jornais nigerianos, disse neste último final de semana que, após a visita, a Cedeao adotará uma decisão definitiva sobre o que fazer na Costa do Marfim, com planos militares de intervenção. Koroma indicou que essa visita "será a última" para tentar convencer Gbagbo a aceitar uma saída pacífica.