Portadora de uma doença rara, conhecida como Hiperqueratose da Cabeça e Pescoço associada à dermatose Malessessia, que provoca inflamações na pele, a britânica Leslie-Anne Jenkins enfrenta a desconfiança do governo canadense em relação a uma possível cura.
Apesar de dois casos já terem sido tratados com sucesso, Leslie não conseguiu que seu tratamento seja subsidiado sob o argumento de que nenhum medicamento já foi desenvolvido e testado para casos como o dela, de acordo com informações do site London Free Press.
Um especialista em Toronto, que tratou com sucesso um paciente, recomendou um medicamento que custa mais de R$ 1 mil por mês. Depois que a situação da mulher ficou conhecida, muitas pessoas ofereceram doações, mas ela disse que ainda espera que o governo mude a decisão.
A raríssima doença provoca inflamações e inchaços na pele do rosto e do pescoço. Moradora de Ontário, no Canadá, Leslie teve que parar de trabalhar após descobrir a doença, já que seu rosto ficou desfigurado.
Se a recusa em pagar pelo remédio continuar, Leslie disse que vai aceitar a oferta da população. Com o dinheiro da pensão que recebe por não poder trabalhar, ela não tem condições de cobrir o custo do tratamento.
De acordo com o professor Ricardo Romiti, do Departamento de Dermatologia do Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), as causas da doença ainda são desconhecidas. "Não sabemos ainda se o fungo (Malassessia) é causador da doença ou se ele está somente envolvido no processo", disse.
De acordo com o médico, o fungo é comum na pele dos humanos e é responsável, entre outras coisas, pela caspa. Ele disse ainda que o caso da canadense está associado ao aumento na divisão celular da pele, provocando espessas camadas sobre o rosto. "Em dermatologia, todos os dias surgem doenças raras como estas e muitas vezes o tratamento mais indicado demora a surgir."