Novos casos no escândalo de pedofilia em escola alemã

Investigações sobre o caso foram abertas por iniciativa da própria direção da escola jesuíta

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O escândalo de suposta pedofilia na escola de elite Canisius de Berlim, da ordem dos jesuítas, se agravou hoje com a aparição de novas vítimas e a constatação, além disso, de que pessoas que sofreram abusos sexuais mandaram posteriormente seus filhos a esse mesmo centro.

Assim explicou a fiscal Ursula Raue, encarregada das investigações, segundo a qual nas últimas horas várias supostas vítimas entraram em contato com ela por e-mail, assim como outras pessoas que simplesmente tinham ou achavam ter conhecimento dos casos.

As investigações sobre o caso foram abertas por iniciativa da própria direção da escola jesuíta, diante dos indícios de que nos anos 70 e 80 praticavam-se, aparentemente de maneira sistemática, abusos sexuais por parte dos professores com alunos.

Até agora se sabia dos casos de sete supostas vítimas, que tinham reclamado à direção do centro para explicar os ocorridos com elas.

Ao que parece, alguns deles, apesar do que sofreram, enviaram posteriormente seus filhos a essa mesma escola de elite.

O caso foi divulgado nesta semana pela imprensa berlinense. Por isso, o reitor da escola, o padre Klaus Mertes, disse ontem à imprensa que oferece toda sua colaboração nas investigações policiais.

A escola Canisius é regida pela ordem dos jesuítas. Entre os seus ex-alunos, destacam-se personalidades do âmbito econômico e político, acrescentava o reitor .

O próprio Mertes, perante os indícios de abusos sexuais dos docentes, enviou semanas atrás uma carta a cerca de 600 ex-alunos de ambos os sexos, nos quais lhes expressava seu constrangimento pelos indícios de que no centro ocorreram "práticas vergonhosas", "de forma sistemática" e "durante anos".

A Polícia abriu investigações, mas elas têm um final incerto, pois tais crimes já teriam prescrito. De acordo com o código penal alemão, os abusos sexuais prescrevem dez anos após terem sido cometidos.

No caso dos menores, como seria este, os dez anos são contados a partir do momento em que chegam à maioridade de 18 anos, ou seja, quando as vítimas atingem os 28 anos.

No caso da escola berlinense, se estima que as supostas vítimas tenham agora cerca de 40 anos.

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