O Exército do Egito informou nesta quarta-feira (2) que estava enviando mais tropas para controlar os confrontos que irromperam em uma manifestação perto do Ministério da Defesa, no Cairo, onde forças de segurança e equipes médicas disseram que o número de mortos havia subido para 12. A informação anterior era de 11 mortos.
"Oito veículos blindados de transporte de tropas da zona militar central entraram na área de Abassiya para dispersar os confrontos entre os manifestantes, e não para dispersar os protestos pacíficos. No entanto, manifestantes atacaram as Forças Armadas. As Forças Armadas têm ordens para manter suas posições no local", disse um comunicado militar.
O Exército afirmou que os confrontos foram contidos. Segundo uma testemunha da Reuters, a situação se acalmou na área.
O ataque, durante a madrugada, provocou violentos confrontos entre homens não identificados e manifestantes, reunidos há vários dias para exigir a saída do poder dos militares.
De acordo com fontes médicas, os confrontos também deixaram ao menos 50 feridos.
Entre os manifestantes estavam vários simpatizantes do dirigente salafista Hazem Abu Ismail, que teve a candidatura vetada pela comissão eleitoral para a disputa presidencial de 23 e 24 de maio, a primeira depois da queda do ditador Hosni Mubarak.
Campanhas suspensas
O candidato da Irmandade Muçulmana na eleição presidencial egípcia, Mohamed Morsi, e o islamita Abdel Moneim Abul Futuh decidiram suspender a campanha após os episódios de violência.
Morsi anunciou a suspensão da campanha por 48 horas em sinal de solidariedade com os manifestantes e que considera o Conselho Supremo das Forças Armadas responsável.
Abul Futuh, um islamista moderado excluído da Irmandade Muçulmana, cancelou as atividades de campanha para quarta-feira.