Obama e Romney fazem hoje primeiro debate na TV americana

Romney vem caindo nas pesquisas e Obama se afastando do azarão.

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Mitt Romney tem uma missão nesta noite. Dois de cada três eleitores --64%, o que inclui simpatizantes seus-- esperam que o presidente Barack Obama o derrote no debate de hoje. Segundo pesquisa do centro Pew, só 29% apostam no republicano.

O confronto na Universidade de Denver, no Colorado, pode ser a última chance para Romney reverter as expectativas com cinco semanas até a eleição presidencial.

Os debates --há mais dois neste mês-- são amplamente vistos (62% dizem que o assistirão), e o primeiro deles calibra o tom.

"O ambiente [sem a possibilidade de planejar as respostas] dá uma visão mais autêntica do tipo de líder que cada candidato é", diz Bruce Haynes, um ex-estrategista republicano que hoje está na consultoria Purple Strategies.

"É a única chance de o eleitor `comparar produtos" ---por uma noite, os dois são iguais, submetidos ao mesmo teste."

Para azar de Romney, o "teste" de hoje é sobre um tema no qual ele focou a maior parte de sua campanha, mas no qual se viu repentinamente superado, aos olhos do público, pelo oponente: a economia (leia nesta página sobre as regras do debate).

O desemprego nos EUA ainda é alto (8,1%), e o país não se recuperou totalmente da crise de 2008 Ðo que favoreceria Romney. Mas a percepção pública mudou.

Segundo dados divulgados ontem pelo instituto Gallup, a confiança da população na economia, embora em terreno negativo, está no melhor patamar em cinco anos: -19 pontos (a escala vai de -100 a + 100), atrás apenas dos -17 registrados em maio, após uma leva de índices positivos.

Romney precisará reverter essa sensação e convencer o público de que só ele seria capaz de dar fôlego de fato às finanças dos americanos.

Mas o candidato, que há três meses vem treinando com o senador Rob Portman para o confronto, é cobrado pela campanha adversária para dar mais detalhes de seu plano econômico e tributário.

Ele terá também que mostrar autoconfiança para recuperar o terreno perdido no último mês. Nesse período, embora a vantagem aberta por Obama nas pesquisas tenha sido próxima à margem de erro (quatro pontos, em média), a expectativa de que Romney pode vencer a eleição caiu de 46% para 41%.

A crença na reeleição do democrata foi de 43% a 53%, segundo levantamento do site The Hill com mil eleitores.

Haynes acha que para Romney pode ser suficiente se manter no nível de Obama, que leva vantagem por dominar os dados sobre o cargo.

Na falta de respostas precisas, valem boas frases de efeito ou uma linguagem corporal que mostre segurança ou atraia empatia do público.

"Se ele conseguir ir melhor, pode ressuscitar as dúvidas sobre a experiência e o temperamento do presidente, reembaralhando a disputa."

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