O presidente Barack Obama telefonou para o presidente afegão, Hamid Karzai, neste domingo (11), para expressar seu "choque e tristeza" pela morte de civis afegãos por um soldado dos EUA.
Dezesseis pessoas, nove crianças e três mulheres, de acordo com o gover afegão, morreram atacadas por um soldado americano que saiu na madrugada deste domingo de sua base na província de Kandahar, bastião talibã do sul do Afeganistão. "O presidente Obama estendeu condolências ao povo do Afeganistão, e deixou claro o compromisso do governo para checar os fatos o mais rápido possível", disse a Casa Branca em comunicado. "O presidente reafirmou o profundo respeito ao povo afegão e aos laços entre os nossos dois países".
Karzai disse que o ataque é um ato "imperdoável". Obama havia afirmado estar "profundamente preocupado" e "entristecido" com o massacre. Para ele, o incidente, que provavelmente inflamará as tensas relações EUA-Afeganistão, não reflete o respeito dos EUA pelo povo afegão. "Este incidente é trágico e chocante e não representa a qualidade excepcional de nossa força militar e o respeito que os Estados Unidos têm para com o povo do Afeganistão", disse Obama.
Já o secretário de Defesa, Leon Panetta, ofereceu suas condolências ao presidente afegão, Hamid Karzai. "Eu condeno esse tipo de violência e estou chocado e entristecido com o fato de um funcionário a serviços dos EUA ser acusado de estar envolvido, claramente agindo fora de sua cadeia de comando", Panetta disse em comunicado. "Uma investigação completa já está em andamento. Um suspeito está sob custódia e eu dei ao presidente Karzai minhas garantias de que vamos trazer os responsáveis à justiça", acrescentou Panetta.
Uma autoridade dos EUA disse à agência AP que o suspeito é um soldado da base militar de Lewis-McChord, de Washington, que foi designado para ajudar uma unidade de operações especiais da Navy Seals, das forças especiais da Marinha americana, envolvidos em uma operação de estabilidade na região. A fonte da AP falou em condição de anonimato pois as investigações ainda estão em curso.
O gabinete de segurança nacional de Obama inclui os secretários de Estado, de Defesa, de Segurança Interna, e os titulares da CIA e do FBI. O general americano John Allen, comandante das forças da Otan no Afeganistão, prometeu uma "rápida investigação" sobre o ocorrido.
Em fevereiro, Obama enviou a Karzai uma carta de desculpas pela queima de cópias do Alcorão numa base militar americana. Protestos violentos contra presença americana se espalharam pelo país desde então.