A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou nesta quinta-feira que a variedade da Escherichia coli (E.coli) que causou o surto na Europa é uma bactéria nunca antes vista.
A agência disse que o sequenciamento genético preliminar realizado na bactéria sugere uma mutação de duas formas diferentes da E.coli, com genes letais que poderiam explicar a amplitude e a gravidade do surto na Europa e Estados Unidos.
Até o momento, a bactéria matou 16 pessoas na Alemanha e uma na Suécia e deixou mais de 1.500 infectados em vários países, incluindo 470 que desenvolveram uma rara complicação renal. Quase todas as pessoas infectadas vivem ou estiveram recentemente na Alemanha --como os dois casos de contaminação registrados nos EUA.
O surto já é considerado o terceiro maior envolvendo E. coli na história recente e pode ser o mais fatal. Em 1996, 12 pessoas morreram em um surto no Japão que infectou mais de 12 mil. Em 2000, sete morreram em um surto no Canadá.
"Esta é uma variedade única que nunca foi isolada em pacientes", disse Hilde Kruse, especialista em segurança alimentar da OMS. "[Esta variedade] tem várias características que a tornam mais virulenta e com maior capacidade de produzir toxinas".
Cientistas não conseguiram descobrir a fonte do surto, que foi atribuído inicialmente a pepinos espanhóis e que já atingiu nove países europeus.
RÚSSIA
Com medo de que o surto chegue na Rússia, o país estendeu nesta quinta-feira o veto aos vegetais crus espanhóis e alemães para toda a União Europeia.
Lyubov Voropayeva, porta-voz da Agência de Supervisão dos Direitos do Consumidor, disse que o veto foi imposto imediatamente e sem previsão de acabar.
O chefe da agência, Gennady Onishchenko, disse que a "medida impopular" estaria em voga até que as autoridades europeias informem Moscou sobre a causa exata da doença e como ela se espalhou para países como Áustria, Holanda, Dinamarca, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido.
"Quantas vidas de cidadãos europeus serão necessárias para resolver este problema?", disse Onishchenko à agência de notícias estatal RIA Novosti.
Até o momento, nenhuma vítima foi registrada na Rússia.