A relatora especial da ONU sobre a venda de crianças, prostituição e pornografia infantil, Najat M"jid, denunciou nesta terça-feira o aumento destes crimes no mundo todo devido ao crescimento dos fluxos migratórios que colocam os menores em situação de desamparo e vulnerabilidade.
No discurso inaugural da Conferência Internacional sobre Movimentos Migratórios Infantis, realizado hoje em Barcelona, Najat M"jid afirmou que as respostas que os Governos estão dando a este fenômeno são "fragmentárias e ineficazes".
A relatora anunciou que no dia 13 de outubro apresentará na ONU o relatório que elaborou a partir de abusos constatados e das respostas dos Governos e ressaltou que pedirá "soluções duradouras e viáveis", porque "não há dispositivos de proteção eficazes".
M"jid explicou que a globalização acelerou os movimentos migratórios e que as crianças "estão em movimento" da mesma maneira que os adultos.
Estes movimentos podem ser de muitos tipos: adolescentes que emigram sózinhos, menores que viajam do campo à cidade ou de um país a outro acompanhando seus pais ou crianças deslocadas por necessidades ou conflitos.
"Todos estes menores são especialmente vulneráveis ao tráfico de crianças, à venda de órgãos, às adoções ilegais, à pornografia infantil, à prostituição, ao trabalho infantil e aos abusos em geral".
M"jid pediu os Governos dos países que recebam imigrantes que garantam o acesso dos menores aos serviços sociais e fez um apelo pela colaboração "entre os países do Norte e do Sul".