O representante do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos Frej Fenniche revelou nesta terça-feira em entrevista coletiva que ativistas e jornalistas foram detidos durante a revolta popular na Líbia.
"Sabemos de ativistas e jornalistas que foram detidos e ninguém sabe onde estão, qual é seu paradeiro. Não sabemos se estão vivos ou não", declarou Fenniche.
Ele acrescentou que seu organismo, como outras agências das Nações Unidas, não estão presentes na Líbia, por isso que a informação que eles possuem provém de contatos com ONGs e defensores dos direitos humanos.
Fenniche informou que, através dessas fontes, foram revelados os nomes de cerca de 250 mortos por causa da repressão ordenada pelo regime de Muammar Kadafi, mas, segundo ele, o número de vítimas pode ser maior.
O representante da ONU ressaltou que o Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, com sede em Genebra, deveria reagir diante dessa situação.
Várias organizações civis reivindicaram a essa instância que convoque uma sessão urgente para abordar as violações dos direitos fundamentais que estão ocorrendo na Líbia, e que se exclua este país da lista de seus membros.
Fenniche afirmou que são os próprios membros do CDH, assim como os da Assembleia Geral da ONU, que devem atuar e tomar decisões nesse sentido.
A alta comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse nesta terça-feira que o nível de violência com o qual se está reprimindo os civis na Líbia pode constituir um crime contra a humanidade.
De acordo com as normas da ONU, a Assembleia Geral pode suspender a participação de um país no CDH em caso de violação grave dos direitos humanos e de falta de cooperação.