A oposição síria disse estar "decepcionada" com a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de pedir ao Congresso o aval para a realização dos ataques na Síria, mas espera que o Congresso aprove a ação, declarou neste domingo (1°) um membro da oposição, segundo a agência de notícias France Presse.
Samir Nachar, porta-voz do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, disse à agência por telefone de beirute que "um ataque direto iminente é esperado (...), nós pensamos que o Congresso aprovará os ataques militares".
No sábado (31), o presidente americano, Barack Obama, disse em um discurso ter convicção de que uma intervenção militar na Síria é necessária, após evidências do uso de armas químicas pelo governo do país, mas afirmou que está buscando apoio do Congresso.
O presidente disse que tem conversado com líderes congressistas e acredita que o tema deva ser debatido. "Apesar de acreditar que eu tenha autoridade para realizar [um ataque] sem a autorização do Congresso, nosso país vai ser mais forte se nós fizermos [a discussão]", disse.
Legisladores republicanos divulgaram que o debate sobre uma eventual intervenção militar na Síria começará no dia 9 de setembro, ja que o Congresso americano está em recesso.
"Estou preparado para dar essa ordem", afirmou o presidente americano, que enfatizou ser necessário dar uma resposta ao ataque com armas químicas realizado nos arredores de Damasco. De acordo com o governo americano, o ataque foi realizado pelas forças do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Mais de 1,4 mil pessoas teriam sido mortas na ação, um terço delas crianças, em mais de uma dezena de bairros na periferia de Damasco, ainda segundo a Casa Branca. Trata-se do "pior ataque químico do século 21", afirmou Obama, atribuindo a ação ao regime de Assad.
"Retirada"
Um jornal estatal sírio chamou, neste domingo (1º), a decisão de Obama de buscar a aprovação do Congresso antes de uma intervenção de "o início da retirada americana histórica", segundo a agência de notícias Associated Press.
"Se o Congresso acender a luz vermelha ou verde para uma agressão, e se as perspectivas de uma guerra forem aprimoradas ou apagadas, o presidente Obama anunciou ontem, por omissão ou insinuação, o início da retirada histórica americana", dizia em tom exultante o artigo de primeira página do "Al-Thawra" .
O artigo, que reflete o pensamento regime, também afirmou que a relutância de Obama para tomar uma ação militar decorre de seu "sentimento de derrota implícita e o desaparecimento de seus aliados". O jornal disse que o líder procura o Congresso porque se preocupa que a intervenção limitada se transforme "uma guerra aberta".